Viatura da PF no Palácio LaranjeirasReginaldo Pimenta / Agência O DIA
Por O Dia
Publicado 26/05/2020 09:44 | Atualizado 26/05/2020 17:45
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) negou ter participação nas irregularidades investigadas pela Operação Placebo, que a Polícia Federal faz nesta terça-feira. Witzel é um dos alvos da ação, que cumpre 12 mandados de busca e apreensão por desvios na área da Saúde do estado durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Além de dizer que não tem participação ou autoria em "nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal", Witzel fala em vazamento da operação, "com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará".
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A suspeita de vazamento da operação aconteceu após a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro, ter antecipado ontem que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar irregularidades cometidas por governadores na área da Saúde durante a pandemia.
"Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará", Witzel criticou.
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O governador ainda diz que uma "interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada", se referindo a Bolsonaro.
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"Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro", concluir.
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A Operação Placebo é comandada pela Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal e cumpre mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)
De acordo com a investigação, há um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da gestão da Saúde do estado.
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A direção do IABAS diz que forneceu às autoridades todas as informações e documentos solicitados e está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos. "O objetivo do IABAS é promover o melhor atendimento às vítimas da COVID-19 e salvar vidas", diz.
Em nota, o Governador informou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com ação na Justiça e obteve o bloqueio de bens e valores de empresas e pessoas físicas envolvidas nas denúncias de irregularidades de compra de respiradores, cobrando o ressarcimento dos valores pagos. O governador também exonerou o então subsecretário de Saúde, Gabriell Neves, responsável pelos contratos. "Todos os contratos celebrados pelo Governo do Rio de Janeiro com as empresas envolvidas nas denúncias estão sendo auditados pela Controladoria Geral do Estado, para verificar possíveis ilegalidades e danos aos cofres públicos. Dos 66 contratos emergenciais firmados pela Secretaria de Saúde desde março, 44 foram cancelados e 22 estão sendo analisados por órgãos de controle do Estado".

"Em relação à abertura de inquérito pela Procuradoria Geral da República (PGR), o governador esclarece que desqualificou o Instituto Unir Saúde, em maio deste ano, após fatos narrados pela Justiça Federal. O Instituto havia entrado com recurso e, após este ser analisado pela Governadoria do Estado, foi dado parecer favorável à empresa para não impactar no adequado funcionamento das unidades de saúde mantidas por ela", completou.