Interdição na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras - Reprodução / Twitter
Interdição na Rua Pinheiro Machado, em LaranjeirasReprodução / Twitter
Por O Dia
Rio - A Polícia Militar interditou, por cerca de 1h, a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, nesta segunda-feira. Segundo relatos, familiares e amigos do mototaxista Matheus Oliveira, de 23 anos, morto no Morro do Borel na madrugada de sábado (30), estariam planejando um ato na frente do Palácio Guanabara. O jovem foi sepultado no Cemitério do Catumbi, Região Central do Rio, na tarde desta segunda-feira.

De acordo com a PM, houve um fechamento preventivo e parcial da Rua Pinheiro Machado, por medida de segurança. Por conta da ação, o Centro de Operações Rio (COR) informou o desvio foi realizado pela Praia de Botafogo.
'Vidas negras importam'
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Na tarde deste domingo (31), o ato 'Vidas negras importam', convocado pelas redes sociais contra a violência policial que jovens negros e periféricos sofrem nas favelas do Rio, foi realizado em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, e teve confusão após sua dispersão. Com todos os ativistas usando máscaras e equipamentos de proteção individual, a manifestação começou às 15h e terminou oficialmente às 16h. Com a chegada de novos manifestantes e a permanência de outros, a polícia reagiu com bombas e balas de borracha.
Moradora da Maré e integrante do movimento de favelas do Rio, Gizele Martins lamentou a atuação da PM. "Mais uma vez a polícia demonstra a que ela vem, ela vem pra reprimir, ela vem pra colocar mais uma vez o fuzil na cara de quem, nesse momento, está protestando ao próprio direito à vida. Os jovens que ali estavam, os movimentos que ali estavam, estavam lutando pelo direito à vida. Aí, vem a PM e comprova a quem ela serve, que não é a gente. Nem na favela e nem no asfalto vai servir a gente. Nunca vai vir pra proteger, sempre pra jogar bomba, ameaçar, sempre da mesma forma. Na favela ela vem pra matar, no asfalto ela vem pra reprimir".
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Favelas em Luta
Ainda segundo Gizele Martins, o ato foi organizado pelos coletivos que integram o movimento favelas em luta – que foi criado para discutir sobre segurança pública com comunicadores e moradores de diversas favelas do Rio. "Ontem (sábado) resolvemos marcar esse ato por mais um assassinato ocasionado pela polícia – a morte do Matheus, de 23 anos, ontem em uma favela (Tijuca). Em menos de 24h, esse ato foi marcado com objetivo do basta ao genocídio, ao racismo, fazendo uma ponte com o movimento 'Black Lives Matter' (movimento ativista internacional que campanha contra a violência direcionada às pessoas negras), e também com o que ocorreu na semana passada nos EUA. Referenciando esse assassinato nos EUA e colocando também a nossa pauta como parte, já que a gente também sofre o mesmo tipo de militarização, de genocídio, de massacre, de falta de direitos nas nossas favelas".