O secretário de Saúde, Fernando Ferry (de azul) , durante a intervenção no hospital de campanha do Maracanã - Divulgação/Paulo Vitor
O secretário de Saúde, Fernando Ferry (de azul) , durante a intervenção no hospital de campanha do MaracanãDivulgação/Paulo Vitor
Por Anderson Justino
Rio - O secretário estadual de Saúde do Rio, Fernando Ferry, disse na manhã ontem que a “a gota d’água” para que o governo do estado rompesse com a Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) foi a compra de equipamentos inadequados para o combate à pandemia da Covid-19. Na noite de anteontem o governador Wilson Witzel assinou decreto afastando a empresa da construção e gestão dos sete hospitais de campanha do estado. A decisão foi publicada logo pela manhã no Diário Oficial do Estado.
Na parte da tarde o chefe do executivo disse que pedirá à Justiça o bloqueio dos bens do Iabas para ressarcimento dos prejuízos ao Estado. O governador ressaltou ainda que vai iniciar a reabertura da economia no Estado do Rio no próximo fim de semana.
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"É muito importante que saibamos que, neste momento, os esforços que fizemos já reduziram sensivelmente a fila de espera para internação. Hospitais que já estão atendendo à Covid-19 foram estadualizados com o apoio das prefeituras, o que vai nos permitir que já na próxima semana comecemos a flexibilizar a economia. Tenho certeza de que vamos vencer juntos", disse o governador.
Com o afastamento do Iabas, o governo assume a responsabilidade de concluir as obras dos hospitais de campanha. A Fundação Estadual de Saúde passa a ser a responsável por administrar os sete hospitais durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A entrega das unidades está atrasada há mais de um mês. O primeiro prazo prometido pelo governo era que todos os hospitais estivessem funcionando até o dia 30 de abril. A OS é investigada por fraude no dinheiro da saúde destinado para a luta contra o novo coronavírus.

Witzel prometeu entregar nove hospitais de campanha no início da pandemia. Até agora, três foram entregues, dois deles com recursos da iniciativa privada. Apenas o do Maracanã, entregue no dia 9 de maio, foi construído com verba pública. Faltam as unidades de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu.

O estado anunciou investimento de R$ 1 bilhão para o combate ao novo coronavírus. Cerca de R$ 836 milhões seriam destinados para o Iabas. Os contratos eram emergenciais e sem licitação. Na semana passada o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu os pagamentos do governo para a organização social Iabas.

"Faremos um comitê de crise. O gabinete do secretário vai vir para esse espaço, e nós vamos fazer todo o possível para poder melhorar a vida das pessoas, dos funcionários e, em especial, dos pacientes que estão internados aqui no Maracanã" afirmou Ferry, garantindo que o estado vai ssumir a responsabilidade pelos pagamentos de salários e encargos trabalhistas dos médicos e profissionais da saúde contratados pelo Iabas.
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O Rio de Janeiro é o segundo estado mais atingido pela Covid-19, ficando atrás apenas de São Paulo. São 56.732 casos confirmados e o numero de mortes chega a 5.686.