A primeira fase de afrouxamento da quarentena, dentro dos planos anunciados pela Prefeitura do Rio desde terça-feira, já permite avaliar que, como diz o ditado, ao dar a mão o carioca quer logo o braço. Bastou começar a liberar a circulação e, numa simples volta pela orla da Zona Sul, já se viu frequentadores desrespeitando regras, como o uso obrigatório de máscara e o distanciamento seguro.
A desobediência em cumprir as restrições ainda vigentes pode sair caro para a população e o comércio, já que a prefeitura afirma que, em caso de retrocesso do quadro de contágio da covid-19, poderá voltar a aplicar com rigor a quarentena em toda a cidade.
Ontem, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou números que assustam, com um novo recorde de mortes confirmadas em 24 horas - 324, além de mais 2.508 casos confirmados desde terça-feira -, totalizando 6.010 óbitos no estado e 59.240 diagnósticos confirmados.
Só na capital fluminense já são 4.055 mortes pelo novo coronavírus e 32.951 pacientes com infecção confirmada.
Força-tarefa
O exercício ao ar livre, que foi liberado, estava sendo praticado, ontem, sem proteção por muitas pessoas na orla. Bom frisar: nesta fase, seguem proibidas as atividades na areia, como aluguel de barracas de praia ou escolinhas de esportes.
Procurada, a Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio não entrou em detalhes sobre se houve mudanças de procedimentos em função da abertura. Mas informou que, em ação conjunta com a Secretaria de Ordem Pública (Seop), Guarda Municipal e policiais militares, segue coibindo diariamente pontos de aglomeração e exigindo o uso da máscara.
Já a Seop informou que, na terça-feira, primeiro dia de afrouxamento, a força-tarefa de fiscalização do comércio verificou denúncias de funcionamento indevido de estabelecimentos em vários bairros da Zona Oeste: Barra, Recreio, Vargem Pequena, Gardênia Azul, Taquara e Anil.