Rio,08/06/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, CENTRO,Largo da Carioca; Populacao de rua que esta tentando se abrigar no sambrodomo e nao consegue por falta de vagas.Na foto. Jaciara Isabel, moradora de rua .Foto: Cleber Mendes/Agência O Dia - Cléber Mendes
Rio,08/06/2020 -COVID-19 -CORONAVIRUS, CENTRO,Largo da Carioca; Populacao de rua que esta tentando se abrigar no sambrodomo e nao consegue por falta de vagas.Na foto. Jaciara Isabel, moradora de rua .Foto: Cleber Mendes/Agência O DiaCléber Mendes
Por O Dia

Rio - Pessoas em situação de rua pretendem acampar na frente da Prefeitura do Rio para reivindicar vagas no abrigo montado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no próximo dia 30. A estrutura foi criada para receber moradores de rua durante a pandemia de Covid-19. Pelo menos 30 pessoas aguardam por abrigo no Largo da Carioca, no Centro do Rio.

Vivendo no local há um mês e 15 dias, Jaciara de Silva, de 34 anos, já chegou a ser agredida por outros moradores de rua. Ela conta que foi desligada de dois abrigos da prefeitura, mas tem esperança de conseguir vaga no Sambódromo. "Está sendo difícil, demorando muito para eu ser chamada de novo. Enquanto isso, a gente tem que se virar, pedir doação para poder comer".

Há três meses, Marco Carvalho, 42, aguarda acolhimento. Ele conta que foi desligado de um abrigo depois que conseguiu um emprego, mas com a pandemia ele voltou a ficar desempregado e morando nas ruas. "Faz três meses que estou nessa friagem, nesse lugar horrível. Eu preciso de um lugar para dormir, tomar um banho e sair limpinho para procurar trabalho, mas está difícil", lamentou Marco.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) informou que há fila de espera para o abrigo temporário do Sambódromo, e quando uma pessoa é desligada, outra ocupa seu lugar no mesmo dia. Segundo a pasta, todas as 170 vagas do abrigo estão ocupadas, mas outras 100 em dois hotéis populares foram abertas. Nesta semana, está prevista a abertura de mais 120 vagas em outro hotel. A SMASDH disse que somente no período da pandemia, realizou mais de 25 mil atendimentos, 5.991 acolhimentos e 629 pessoas já passaram pelo abrigo do Sambódromo.

 

A rua é a casa de muitos...
Desde o Natal passado, moradores de rua do Centro do Rio têm sido ajudados pelo projeto “A rua é a casa de muitos, não deveria ser de ninguém”, do escritor e ex-morador de rua, Léo Motta. “Eu também morei nas ruas, mas depois que escrevi meu livro, dei a volta por cima. Decidi fazer um projeto para ajudar pessoas em situação de rua. Quando comecei, no Natal passado, atendia 100 pessoas, mas por conta da pandemia, esse número aumentou para 300.”

Todos os domingos, Léo distribui quentinhas, água, cobertores e roupas. Atualmente, os atendidos também recebem máscaras e kits de higiene. O escritor iniciou uma campanha de arrecadação virtual, que pretende conseguir R$10 mil, para garantir ações semanais durante 5 meses. Para colaborar, basta acessar vakinha.com.br/vaquinha/leo-motta-projeto-social. Somente esse ano, o projeto já tirou 13 homens das ruas.

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