Apesar da determinação dos governos municipal e estadual de que os transportes públicos devam circular apenas com passageiros sentados - medida adotada para evitar o contágio da covid-19 -, a reclamação de superlotação continua. Ontem, segundo dia do retorno dos transportes intermunicipais, houve novamente o registro de passageiros viajando em pé em trens e ônibus do BRT.
Apesar de a Prefeitura do Rio afirmar que está multando os ônibus que descumprem as regras, e o consócio BRT dizer que reforçou a frota na linha Transoeste, muitos passageiros estão insatisfeitos. "Os ônibus que eles colocaram ficam parados desde 5h. Enquanto isso, nos esprememos dentro desse transporte velho", reclamou a diarista Renata Moreira Ramos, moradora de Pedra de Guaratiba.
Nos trens a situação não era diferente, com passageiros que chegavam à estação Central do Brasil reclamando do tempo de viagem e de vagões lotados em alguns ramais. Pela manhã, a Supervia registrou o embargue de 83.106 passageiros - o que representa uma queda de cerca de 60,3%, em relação a uma terça-feira comum e de 2,4% em relação às últimas terças-feiras, já durante o isolamento.
Sobre o transporte intermunicipal, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros (Fetranspor) disse que "as empresas intermunicipais, com destino à capital, estão prontas para a retomada das operações, atendendo a todas as recomendações sanitárias estabelecidas pelas autoridades de saúde.
Pela manhã, a Supervia registrou o embargue de 83.106 passageiros. Esse número representa uma queda de 126.198 passageiros, cerca de 60,3%, em relação a uma terça-feira comum - antes das medidas de restrição - e de 2,4% em relação às últimas terças-feiras, já durante o isolamento.
Na segunda-feira a empresa registrou perda de 374.116 passageiros, o que corresponde a 61,8% de uma segunda-feira comum.
“Desde o dia 16 de março, a empresa vem observando queda de 60 a 75% do número de clientes totais em dias úteis e já deixou de transportar, neste período, 24.412.358 pessoas. Com isso, houve perda de receita de cerca de R$ 40 milhões por mês”, disse a Supervia, em nota.
Apesar da informação, a Fetranspor ressalta que as empresas de ônibus estão se esforçando para repor o déficit de 75 mil rodoviários que foram afastados durante o isolamento.
“Nesta primeira semana, podem acontecer problemas pontuais para o atendimento pleno das necessidades da população, caso a procura pelo transporte supere em muito as expectativas, já que é necessária a convocação extra de rodoviários para o retorno ao trabalho, a limpeza e a higienização da frota adicional e a negociação com fornecedores, além da adequação da operação em virtude da concentração de passageiros nos horários de maior movimento, da distribuição de passageiros de gratuidades ao longo do dia e da eliminação das restrições de circulação pelos municípios”.