Material apreendido em operação contra suspeitos de participarem da tentativa de homicídio contra Shanna Garcia, em outubro de 2019 - Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Material apreendido em operação contra suspeitos de participarem da tentativa de homicídio contra Shanna Garcia, em outubro de 2019Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar deflagrarou nesta terça-feira uma operação contra suspeitos de tentativa de homicídio a Shanna Garcia, em outubro do ano passado. Shanna é filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004.
Entre os 22 alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Sucessão, está o ex-cunhado de Shanna, Bernardo Bello, empresário e ex-presidente da Vila Isabel. A Polícia Militar informa que mandados de busca e apreensão também são cumpridos contra três policiais militares. O delegado da Delegacia de Homicídios da Capital, Daniel Rosa, informou que ex-PMs e ex-policiais civis também são suspeitos de participação no crime. 

Na casa de Bernardo, foram apreendidos celular, computador e um carregador de pistola 380. Ele não foi encontrado no local. Por isso, a polícia buscou no Condômino Parque Pallace, ao lado do Terminal do BRT Alvorada, imagens para verificar se ele saiu antes da chegada das equipes, o que indicaria que a operação vazou. 
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" (Ainda) Não se pode falar em vazamento, mas ele não estava em casa. A gente vai apurar essa hipótese. Mas a operação foi bem sucedida. Foram apreendidos documentos, celulares, armas de fogo", diz o titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Daniel Rosa.
O delegado informou que a prisão em flagrante de alvos da operação de hoje também é estudada por conta da apreensão de armas e munições, à princípio, irregulares. Rosa acrescenta que foram apreendidos na operação de hoje objetos, documentos, dinheiro em espécie, armas, munições, celulares, sem revelar a identidade dos alvos. "Todo o material será periciado e objeto de análise", diz.
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O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Bruno Gangoni disse que a partir da análise do material apreendido, outros crimes relacionados ao jogo do bicho poderão ser identificados. " Agora a gente vai analisar todo o material apreendido para avançar na investigação. Com análise do conteúdo a gente vai saber se ali tem informações de outros crimes pratiados. A gente sabe que ali é um núcleo familiar, que já tiveram vários assassinatos", comenta Gangoni.
As decisões judiciais foram expedidas pela 1° Vara Criminal da Comarca da Capital.
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Durante a primeira fase das investigações, Shanna apontou à polícia que Bernardo Bello seria o autor intelectual do atentado sofrido no ano passado. Para os investigadores, o motivo dos atentados é a disputa pelo patrimônio de R$ 25 milhões de Maninho. O atentado contra Shanna aconteceu quando ela chegava a um centro comercial da Barra da Tijuca e levou dois tiros. Ela conseguiu fechar a porta do carro, que era blindado, para se proteger.
"É um histórico longo de crimes, de assassinatos, que vai desde a morte do pai dela, Waldomiro em 2004, de pessoas que vêm sido mortas em decorrência de disputa do espólio deixado pelo pai da Shanna, o Waldomiro. A investigação trilha esse caminho: descobrir se mais este crime tem relação com essa disputa pelo espólio do Maninho", explica o delegado Daniel Rosa.
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Na terça-feira de Carnaval deste ano, o tio de Shanna, Alcebíades Paes Garcia, conhecido como Bid, foi morto na Barra da Tijuca. Irmão de Maninho, Bid foi assassinado a tiros quando chegava em casa dos desfiles na Sapucaí. Ele também era envolvido com o 'jogo do bicho', segundo o MP. 
Shanna também teve o ex-marido José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, e o irmão Myro Garcia , Myrinho, assassinados. O Ministério Público classifica os atentados como "verdadeira guerra pelo controle da referida contravenção".