Por Marina Cardoso

Pela primeira vez no Rio, as eleições municipais contarão com candidatura para mandato coletivo. Nas eleições de 2018, candidaturas nesse modelo ganharam espaço em São Paulo e Pernambuco, mas a primeira experiência foi em 2016, na cidade de Alto Paraíso, em Goiás. Nesse formato, a cadeira parlamentar é assumida por um membro de um coletivo, cujo nome é registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral, já que pela atual legislação somente uma pessoa pode se candidatar a um cargo eletivo. No entanto, esse parlamentar eleito atua em conjunto com o grupo. 

No Rio, o modelo pretende ser seguido por 'A Liga', grupo é formado por cinco ativistas sociais: Pedro Gerolimich, Roberto Anderson, Janaína Bemvindo, Kely Louzada e Mariana Basílio, envolvidos em causas complementares como educação, cultura, urbanismo e sustentabilidade.

Gerolimich é o pré-candidato oficial da Liga e filiado ao PSB. “Além de sermos apaixonados pelo Rio, carregamos o inconformismo de ver os graves problemas da nossa cidade se repetindo sem nada ser feito, é frustrante viver em um local com tanto potencial desperdiçado. Toda essa nossa insatisfação precisava virar algo mais real e produtivo, assim nasceu A Liga”, afirma ele.

Ainda segundo ele, o desejo é estimular o processo democrático para a busca de soluções. "Acredito que um grupo que tem ações, vivências e conhecimento em diversas áreas pode contribuir com mais representatividade, colaborando para a transformação efetiva da nossa cidade”. 

Anderson, outro membro do coletivo, é arquiteto e urbanista e já foi candidato em eleições anteriores. "A sociedade sempre está à frente da legislação. Mesmo que ainda não tenhamos uma lei que acolha esta proposta de mandato coletivo, abraçamos a ideia, acreditando na força que temos quando nos unimos para melhorar nossa cidade”, diz ele.

Já Kely, fundadora da ONG Meninas e Mulheres da Mangueira, comunidade onde vive, explica a escolha do nome: “O que é uma liga? Em sua definição literal significa uma aliança ou união entre pessoas para um bem comum, e é essa a ideia principal. Acreditamos que juntos poderemos fazer muito mais. Uma gestão eficiente e forte só é possível com a colaboração e união de todas as pessoas envolvidas nesse processo", finaliza ela.

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