Por O Dia

As viagens espaciais de Ziggy Stardust, personagem de David Bowie, e os calçadões cariocas têm uma mesma figura intergaláctica. Nas últimas semanas, o calçadão da orla de Copacabana foi palco de um astronauta. De sábado a segunda, o morador do Méier, na Zona Norte, aterrissa na casa da irmã, no Posto 2, para caminhadas com excesso de cuidado.

O contador de 66 anos, que preferiu não se identificar, reflete sua paixão pelo espaço na fantasia que confeccionou. Brincando, ele conta que a roupa serve para se proteger contra a entrada da covid-19 na atmosfera, já que faz parte do grupo de risco. "A proteção em excesso é porque vejo muitas pessoas que sequer usam a máscara, e preciso ficar me desviando", afirma.

Além da proteção, ele quer trazer um pouco de humor para quem atravessa seu caminho. "Eu vejo a alegria das pessoas, pedem para tirar foto, de crianças a idosos. Estou me apresentando no palco da vida, e as pessoas na rua são minha audiência", conta.

Aumento de casos no Rio

Os desmascarados deixam os especialistas em alerta, temendo o aumento no número de casos por covid-19 na capital. O infectologista do Hospital Universitário da UFRJ, Luiz Antonio Alves de Lima, avalia que, aliado ao aumento do desrespeito a medidas, realizar a flexibilização na capital enquanto há cidades vizinhas com muitos casos pode aumentar a circulação do vírus no Rio. Segundo ele, basta apenas uma pequena quantidade de pessoas infectadas em um local de aglomeração para "reacender" a pandemia.

O domingo foi mais um dia de desrespeito à proibição do uso da faixa de areia. Devido ao acompanhamento da curva da doença, a Prefeitura adiou a liberação da praia de 2 para 10 de julho. Banhistas terão que manter distanciamento físico de 2 metros e uso obrigatório da máscara, e não serão permitidas barracas e cadeiras.

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