Generoso ou contraventor? Carismático ou malandro? Para os banguenses, está mais para herói. Para as autoridades, foi criminoso. Entre milhares de adjetivos, fato é que o polêmico Castor de Andrade é uma das figuras mais emblemáticas da Zona Oeste e do Rio de Janeiro, tanto que foi escolhido para ser enredo da Unidos de Bangu para o carnaval de 2021.
Desenvolvido pelo carnavalesco Clécio Régis, o tema 'Deu Castor na cabeça' vai contar na Marquês de Sapucaí a história do folclórico personagem que o bicheiro se tornou, desde a infância no subúrbio aos momentos de glória, seja no samba, como presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, ou no futebol, como dirigente do Bangu Atlético Clube.
"É uma grande honra falar sobre o Castor de Andrade, com certeza a nossa escola fará um belo desfile na Marquês de Sapucaí em 2021. Estamos muito confiantes no trabalho do nosso carnavalesco Clécio, que é uma figura bastante popular e querida por todos no bairro de Bangu. Será um ponto primordial em relação ao nosso enredo" , declarou Thiago Oliveira, presidente da Unidos de Bangu.
O carinho dos moradores, principalmente os contemporâneos de Castor, é muito bem justificado. Grande mecenas do Bangu, foi com a sua ajuda que o clube conquistou o Campeonato Carioca de 1966, o segundo e último do Alvirrubro, e chegou à final do Campeonato Brasileiro de 1985 - derrota nos pênaltis para o Coritiba após empate em 1 a 1. Já como presidente de honra da Mocidade, sua escola do coração, foi cinco vezes campeão do carnaval carioca.
O jogo do bicho
A grande contradição em toda a idolatria por Castor de Andrade é que, além de grande mecenas da região, ele era dono de boa parte dos pontos de jogo do bicho do Rio de Janeiro, negócio que herdou da família de sua mãe, Carmen, depois de se formar pela Faculdade Nacional de Direito. A contravenção rendeu ao bicheiro algumas prisões e muito dinheiro, mas também um leque gigantesco de boas histórias para a região. Herói ou vilão, Castor tornou-se uma lenda.
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