Por O Dia
Publicado 19/07/2020 00:00

A taxa de testagem para o novo coronavírus no Rio de Janeiro continua abaixo do necessário para apresentar um mapeamento concreto do contágio da doença no estado. A partir dessa lacuna no acompanhamento do número real de casos, o Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) desenvolveu o Coronatrack. É uma ferramenta portátil para fazer monitoramento da quantidade de vírus presente no ar em ambientes fechados, uma nova alternativa para entender o comportamento da covid-19.

O equipamento, produzido por uma impressora 3D, capta o ar a partir de um receptor acoplado na altura do peito, e a amostra ficará armazenada em uma caixa com sistema de bombeamento. A movimentação do voluntário será acompanhada pela equipe do Laboratório a partir do monitoramento via GPS.

Após a coleta, a amostra retorna à Uerj para ser submetida ao teste RT-PCR, conhecido como "padrão ouro" pela Organização Mundial da Saúde e o mais eficaz no diagnóstico da covid-19, para avaliar a presença da doença na região.

"Desde o começo da pandemia, estudamos o ar de várias regiões para confirmarmos se há ou não risco de transmissão na localidade, mas queríamos um aparelho mais compacto para analisar o contágio em ambientes fechados, como o transporte público ou escritórios. O Coronatrack, de uso individual, poderia nos ajudar a descobrir qual a presença do vírus em um trem lotado que sai de Santa Cruz, por exemplo", explica Heitor Evangelista, professor de Biofísica da Uerj e coordenador do projeto. 

O desenvolvimento, orquestrado por três alunos do laboratório, garante o resultado do mapeamento em até três dias, tempo necessário para processar a amostra na máquina de RT-PCR. O processo para conseguir a patente já está em curso pela Uerj. Para a produção em larga escala, entretanto, o professor reforça a importância de aporte financeiro do governo ou da iniciativa privada. 

Casos e mortes ainda crescem no estado
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Levantamento divulgado pelo Portal Covid-19: Observatório Fluminense, plataforma com projeções sobre o novo coronavírus, no fim de junho apontava o Rio de Janeiro como o estado brasileiro com a maior taxa de letalidade, próxima dos 10%, explicada pela alta taxa de subnotificação.
Segundo o relatório, se o estado fluminense fosse um país, estaria na sétima posição do ranking mundial, com 511 mortes por milhão de habitantes, enquanto na cidade, são mais de 800 mortes por milhão. Os dados apresentados retratam, ainda, que o número de novos casos e mortes continua elevado no Rio.
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As pesquisas são coordenadas por pesquisadores das áreas de Matemática, Engenharia e Computação de sete instituições públicas de ensino do Brasil.

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