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Por O Dia
Publicado 29/06/2020 17:28 | Atualizado 30/06/2020 08:06
Rio - O Fogo Cruzado mapeou, em junho, 311 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio, e obteve o segundo menor índice registrado desde que a plataforma foi criada, em julho de 2016, ficando atrás somente de dezembro de 2016, quando 197 tiroteios/disparos de arma de fogo foram contabilizados. Em comparação com junho de 2019, com 667 tiros, este mês teve queda de 53 % na quantidade de tiroteios/disparos, como mostra levantamento obtido por O DIA. Ao todo, 91 pessoas foram baleadas - destas, 41 morreram. Já em junho de 2019, houve 224 baleados, sendo 109 mortos e 115 feridos. Este mês apresentou queda de 59 % no número de baleados (soma de mortos e feridos).

A participação dos agentes de segurança nos tiros também teve queda de 76% este mês: foram 42 casos em junho de 2020, e 173 no mesmo período de 2019. No total, 41 pessoas foram baleadas em situações com a presença de agentes este mês, destas 16 morreram. Número de vítimas é 73% menor que o registrado em junho de 2019, quando 154 pessoas foram baleadas (sendo 64 mortas e 90 feridas).

A queda nos índices acontece no mesmo mês em que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar para que operações policiais sejam suspensas dentro de favelas do Rio enquanto houver pandemia pelo novo coronavírus.

Veja mais alguns detalhes sobre a violência armada no Grande Rio em junho:

O Rio de Janeiro, com 192 registros, concentrou 61% dos tiroteios na Região Metropolitana do Rio este mês (311). São Gonçalo (36), Duque de Caxias (25), Nova Iguaçu (13) e São João de Meriti (11) vieram em seguida entre os 5 municípios com mais tiros. A capital fluminense também teve o maior número de baleados, foram 39 este mês.
Em comparação com maio, que teve 505 tiroteios/disparos de arma de fogo, junho, com 331, teve queda de 38% nos registros. Houve queda de 46% também no número de baleados: foram 91 (48 mortos e 43 feridos) em junho, e 169 (93 mortos e 76 feridos) no mês anterior.
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Entre os bairros da Região Metropolitana, a Vila Kennedy teve mais tiros, foram 25 este mês. Em seguida, vem Cordovil (13), Pacheco, em São Gonçalo (12), Anchieta (8) e  Complexo do Alemão (8).
Em junho, houve 31 tiroteios/disparos de arma de fogo em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O Complexo do Alemão (10), Rocinha (5), Andaraí (3), Chapéu Mangueira/Babilônia (2) e Barreira do Vasco/Tuiutí (2) foram as áreas com mais registros. Em segundo lugar no ranking com mais tiros, a Rocinha teve três baleados, sendo a única área de UPP com pessoas atingidas por tiros este mês.
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Com 114 tiroteios/disparos de arma de fogo, a Zona Norte do Rio concentrou 36% dos tiroteios no Grande Rio em junho (311). Na sequência, vem Baixada Fluminense (72), Zona Oeste (57), Leste Metropolitano (48), Zona Sul (10) e Centro (10). Na segunda posição com mais tiros, a Baixada foi a região com mais baleados, foram 30 este mês.
Em junho, houve três casos com três ou mais civis mortos em uma mesma situação no Grande Rio, no total, 12 pessoas foram mortas nestas circunstâncias. Não houve presença de agentes em nenhum destes casos. No mesmo período de 2019, houve sete casos, em que 25 pessoas foram mortas no total. Em quatro casos houve presença de agentes. Neste mês, houve queda de 57% nos casos com três ou mais vítimas, e de 52% na quantidade de mortes nestas circunstâncias.
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Este mês, sete agentes de segurança foram baleados na Região Metropolitana do Rio - destes, seis morreram (quatro quando estavam fora edois durante o serviço). Um agente de segurança foi ferido fora do posto de trabalho. Já em junho de 2019, 20 agentes foram baleados, destes 10 morreram. Dez deles estavam em serviço (três mortos e sete feridos) e os outros 10 estavam fora de serviço (sete mortos e três feridos).
Cinco pessoas foram vítimas de balas perdidas na Região Metropolitana este mês, todas sobreviveram. A quantidade de vítimas este mês é 64% menor que a registrada em junho de 2019, quando 14 pessoas foram baleadas (sendo três mortas e 11 feridas). Entre as vítimas, Jhordan Sousa da Silva, de 22 anos, que foi atingido na mão quando saía da casa da namorada durante um intenso tiroteio na Rocinha, na Zona Sul. Além de Jhordan, a ação policial terminou ainda com um morto, um ferido e um policial militar atingido por estilhaços.
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Este mês, três crianças (com idade inferior a 12 anos) e três idosos (a partir de 60 anos) foram baleadas no Grande Rio: destes, três menores e um idoso morreram. No mesmo período do ano passado, uma criança, quatro adolescentes e dois idosos foram baleados: destes, a criança, três adolescentes e um idoso morreram. Entre as vítimas está Kauã Vítor da Silva, de 11 anos, que foi morto ao ser atingido por um disparo acidental na cabeça, no dia 25, no Complexo da Maré, Zona Norte da cidade.
No acumulado do ano - de janeiro até junho -, houve 2.595 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio. Ao todo, 1.037 pessoas foram baleadas - destas, 515 morreram e 522 ficaram feridas. Em comparação com o mesmo período de 2019, quando houve 4.174 tiroteios/disparos que deixaram 1.513 pessoas baleadas - sendo 779 mortas e 734 feridas -, este ano teve queda de 38% nos tiroteios e de 31% na quantidade de baleados.