Yuri Lima - ARQUIVO PESSOAL
Yuri LimaARQUIVO PESSOAL
Por Yuri Eiras
Rio - "Os mais queridos do bairro". A frase, repetida por amigos e familiares, não dá conta de explicar a dor pelas mortes de Yuri Lima, 22, e Josué Xavier, 20, duas das cinco vítimas da chacina de Anchieta, ocorrida durante uma festa junina no último dia 28. Conhecidos na região onde foram criados, entre Nilópolis e Anchieta, no Rio, os dois serão homenageados no próximo domingo (5), uma semana após a tragédia.
Yuri e Josué foram atletas de futsal de Vanderson Valério, o Pep, morador do bairro Cabral, em Nilópolis. "O Josué sempre foi tranquilo e querido por todos. O Yuri estava no quartel (Aeronáutica). Tinha dado baixa há três meses. Deixou uma filhinha, de um ano e dois meses. Yuri também sempre foi muito querido. Os dois foram campeões do Carioca de Futsal com o nosso time de bairro", conta Vanderson. É o treinador quem organiza a carreata, numa tentativa de reforçar que a dupla nunca foi envolvida com o tráfico de drogas local.
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"A saída vai ser do portão da casa do Josué. Vamos soltar balões brancos e levar às ruas faixas escrito 'Paz'. Isso não vai trazer ninguém de volta, mas mostra que os meninos eram queridos, e que nós estamos insatisfeitos. É também para provar que nossos amigos tinham 'ficha limpa', não tinham envolvimento com a criminalidade. Vamos encerrar essa carreata no portão da filha do Yuri", explicou Vanderson.
Yuri 'morreu como herói'
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Testemunhas que estiveram na festa junina contaram que Yuri entrou na frente de um amigo de infância, identificado como Léo, para evitar que os disparos o atingissem. "Ele (Yuri) estava trabalhando, entregando lanche. O amigo dele ligou pedindo para ele passar por lá. Ele ficou cerca de 15 minutos. Aí, começou o tiroteio. Yuri empurrou o Léo para o lado e pulou em frente, salvando a vida. Morreu como herói", conta Vanderson.
Josué Xavier - ARQUIVO PESSOAL
Além de Yuri e Josué, Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, de 22 anos, Yan Lucas Soares Gomes, de 23, e a menina Rayanne Lopes, de apenas dez anos, também morreram na chacina. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) aponta que a chacina ocorreu por conta de uma guerra entre traficantes locais.