O delegado Maurício Mendonça, titular da distrital, informou que na quinta-feira recebeu uma denúncia de que um falso médico estaria trabalhando na unidade de saúde e que se encontrava de plantão. Em seguida, ele enviou uma equipe ao Hospital Francisco da Silva Telles para apurar o fato, mas Davi foi embora ao ver a presença da polícia.
Na unidade de saúde os agentes descobriram que o universitário se identificava como Davi Cotrim e que era o responsável pela ambulância UTI móvel.
"O motorista e a enfermeira da ambulância confirmaram que o “Dr. Davi Cotrim” encontrava-se de plantão e que o esperavam para um atendimento médico externo. Foi realizado contato com o telefone celular de “Davi Cotrim”, porém o mesmo informou que já havia visto a equipe policial na porta do hospital e que não retornaria mais ao local", informou a Polícia Civil.
Universitário na Argentina
Os policiais da 38ª DP realizaram diligências também em um endereço cadastrado no nome de Davi Paula Torres de Souza. Os agentes encontraram a ex-esposa dele, que informou que o jovem ainda cursa medicina numa faculdade na Argentina e não se formou.
Nos conselhos de medicina, também não foi encontrado nenhum registro com o nome de Davi Paula Torres Reis.
A distrital ainda apurou que Davi utiliza o CRM de um médico que atua nem estado do Norte Fluminense.
O advogado do estudante chegou a ligar para os policiais para saber o que estava acontecendo. O DIA ainda tenta contato com a defesa.
Contratado por empresa terceirizada
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio informou que o "investigado atuava como contratado pela empresa Tuíse, que oferece serviços de ambulâncias e é responsável pelas contratações de profissionais que atuam nos transportes de pacientes".
A SMS nega a informação de que Davi Paula tenha atuado nos plantões do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles como médico, mas se colocou à disposição da polícia para ajudar nas investigações.
Segundo a Polícia Civil, a empresa contratante alega que foi ludibriada pelo falso médico no momento da contratação com a apresentação de documentos falsos.
O DIA procurou a empresa Tuíse, mas não conseguiu respostas.