Com salários atrasados, profissionais de Saúde do Rio protestam em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES) - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Com salários atrasados, profissionais de Saúde do Rio protestam em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES)Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por Thuany Dossares
Rio - Profissionais da área da saúde, foram contratados de forma terceirizada para trabalhar nos hospitais da rede estadual, realizam, na manhã desta quinta-feira, uma manifestação para cobrar salários atrasados, em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Segundo a vice-presidente do Sindicato dos enfermeiros, Líbia Bellusci, o atraso no salário de trabalhadores de algumas unidades chega a quatro meses.
Enfermeiros e técnicos de enfermagem, iniciaram, nesta quinta-feira, uma greve. “Quando não tem salário, é greve”, afirmou Líbia.
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Com salários atrasados, profissionais de Saúde do Rio protestam em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES) Estefan Radovicz / Agência O Dia
Com salários atrasados, profissionais de Saúde do Rio protestam em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES) Estefan Radovicz / Agência O Dia
Com cartazes e cantos, os profissionais cobraram respostas do secretário estadual de saúde, Alex Bousquet.
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“Alguns estão há quatro meses sem salários, e nunca saíram da luta pela vida, em defesa da população. E é essa resposta que nos dão? A gente só quer os nossos salários, não aguento mais ver essa situação. É uma secretária que está sempre envolvida em corrupção. É muita roubalheira”, declarou Monica Armada, presidente do sindicato dos enfermeiros.
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Com o cartaz “A saúde não quer aplausos! Queremos respeito a todos profissionais envolvidos e nossos salários”, em mãos, a técnica em enfermagem Nilza de Azevedo, de 57 anos, também protestou. Ela havia sido contratada para trabalhar no hospital de campanha do Maracanã.
“Eu não quero aplausos, quero respeito, um salário descente. Fomos aplaudidos durante meses, mas aplauso não paga nossas contas, não bota comida na nossa mesa. Não adianta ter aplauso, se não temos um governo que não nos respeita. Fiz um juramento para cuidar da população. Mas quem cuida da gente”, declarou Nilza.
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A técnica em enfermagem foi demitida na semana passada, mas ainda não recebeu o salário do mês de junho e não sabe como será o recebimento dos dias referentes aos dias trabalhados em julho. Segundo ela, alguns colegas estão passando dificuldades até para se alimentar.
“Tenho colegas que não tem o que comer direito em casa. Alguns não vieram hoje na manifestação, porque não tiveram dinheiro para pagar passagem. Isso é muito humilhante para um trabalhador, isso não é justo. Só queremos nossos direitos”, disse Nilza.
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O também técnico em enfermagem, Gustavo Ferreira, de 25 anos, que trabalha no Hospital Adão Pereira Nunes, o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, contou que tem vivido um drama familiar com a incerteza dos pagamentos. A situação salarial dele, é a mesma narrada por Nilza. 
"Eu estou passando necessidade. Estou dependendo dos meus sogros para me alimentar, para me ajudar, mas ainda estou com contas vencidas. É muito humilhante isso. Sou um pai de família, tenho uma filha de un ano, e tenho contado com doação de fraldas para ela", falou. 
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Procurada para esclarecer sobre a reclamação dos funcionários sobre a falta de pagamentos, a Secretaria Estadual de Saúde esclareceu a situação de dez contratos. Segue: 

"Hospital da Mãe - pagamento já efetuado em 3 de julho 

Hospital da Mulher - pagamento já efetuado em 17 de julho 

Saracuruna - SES está buscando obter autorização do TRT para pagar os funcionários diretamente em conta, como já foi autorizado para os hospitais de campanha de Maracanã e São Gonçalo. Unidade sem contrato desde 22 de maio.

HTO Baixada e HTO Lindu - Pagamento de valores em atraso vai para o banco ainda esta semana. Contratos estavam vencidos e está sendo celebrado um novo contrato com a mesma OS, Mahatma Ghandi.

Hospital Anchieta - Os salários e benefícios dos funcionários contratados pela Fundação Saúde estão todos em dia, não havendo atrasos.

UPA São Pedro da Aldeia - Pagamento relativo a maio foi feito em 8 de julho. Para junho não havia contrato. Está sendo feito um contrato novo com a mesma OS, Lagos Rio, e o adiantamento da primeira parcela será pago na semana que vem.

Hospitais de campanha - Para os funcionários que trabalharam nas unidades Maracanã e São Gonçalo salário será pago diretamente na conta, como a SES informou em nota nesta quarta-feira. Para os funcionários de outras unidades, será preciso o Iabas prestar contas e comprovar efetivo cumprimento de carga horária, mesmo que em treinamento, para ser possível o pagamento.

Gnosis - recebeu verba relativa aos hospitais da Mãe e da Mulher. No caso do Rio Imagem, também está sendo fechado um novo contrato com a mesma OS, para pagamento do adiantamento da primeira parcela na próxima semana.

OZZ - Já informado em nota de ontem. Pagamento de R$ 10 milhões será efetuado em juízo para repasse diretamente aos trabalhadores.

Medservie - Não tem contrato direto com o governo do estado. Deve ser subcontratada por organização social."