A professora Elaine Antunes reforça a importância de matérias como História, Geografia e Sociologia para aprimorar a escrita para quem vai fazer o Enem - Arquivo pessoal
A professora Elaine Antunes reforça a importância de matérias como História, Geografia e Sociologia para aprimorar a escrita para quem vai fazer o EnemArquivo pessoal
Por Letícia Moura*
Rio - Em tempos de pandemia, as salas de aula permanecem vazias e os encontros presenciais deram lugar às telas de computador com videoconferências e tarefas aplicadas por meio de plataformas digitais. Desde março, quando o avanço da covid-19 impôs o isolamento social e a suspensão dos serviços, alguns professores e instituições criaram estratégias para que o estudo não fosse interrompido.
Com isso, Elaine Antunes, professora de Português e idealizadora do curso pré-vestibular Escreva, focado na redação para o ENEM, buscou reinventar o método de ensino para ajudar os vestibulandos na conquista da sonhada vaga em uma universidade pública. A partir do dia 5 de agosto, o preparatório vai adaptar a redação manuscrita ao modo digitalizado, além de expandir as aulas para alunos de todo o Brasil, também via internet.
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No lugar do papel e caneta, um computador e teclado. As redações, que antes eram corrigidas à mão, agora serão enviadas por e-mail e avaliadas on-line. Segundo Elaine, para quem prefere o texto manuscrito, há a possibilidade de postar uma foto legível da redação na plataforma Google Sala de Aula. Os demais podem digitar a redação e publicar na mesma plataforma. A correção é inserida em um drive individual para que cada aluno saiba o que acertou e errou. Ainda segundo a idealizadora do curso, desde o início da quarentena, o material multidisciplinar está sendo compartilhado por este meio. O mesmo vale para os simulados, que são aplicados no horário da aula virtual e com prazo de 2h para o envio. Já as aulas acontecem por Skype, durante 1 hora e 20 minutos, uma vez por semana. 
Elaine explica que o aluno, neste curso, não tem apenas aulas de técnicas de redação, mas aprende também sobre o processo de construção de argumentos e o uso estratégico da gramática. “Eu percebi, como professora e membro de algumas bancas de vestibular, que o maior problema das redações é o conteúdo. Então, muitas vezes o aluno domina a forma, por isso vemos muitos macetes para redação, mas o conteúdo, que é o que pesa no texto, não existe ou é fraco”.
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De acordo com a professora, em alguns casos, o candidato perde pontos porque não consegue organizar as estratégias e usar referências do conteúdo de outras disciplinas na prática da redação. Por isso, ela reforça a importância de outras matérias como História, Geografia e Sociologia para aprimorar a escrita, dar embasamento teórico, e como consequência, um resultado mais satisfatório na redação dos vestibulares. Elaine orienta: "Não escreva o que todo mundo vai escrever, porque, como corretora de banca, sei que é cansativo ler as mesmas ideias em várias redações". 
Os interessados podem entrar em contato pelo site www.cursoescreva.com.br ou WhatsApp (21) 99698-5031. 
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Disciplina na quarentena
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A vestibulanda Allana Figueiredo de Lira, de 18 anos, que está concorrendo a uma vaga no curso de Medicina, conta que precisou ser mais disciplinada para se adaptar a nova maneira de estudar.
“A preparação para o vestibular está sendo totalmente diferente do que eu havia imaginado. No estudo remoto, eu tenho que ser muito mais organizada com os meus horários, com as aulas e com os exercícios. No começo foi difícil, mas depois de alguns meses eu consegui me adaptar a essa nova realidade”.

A psicóloga Ana Paula Diek, que ministra palestras com alunos do curso Escreva, aconselha que o estudante encontre um equilíbrio entre a rotina de estudos, o descanso e o lazer, mesmo durante o confinamento. “Se o aluno fica o tempo inteiro estudando, e não faz um repouso, ele entra em estresse e a performance cai. O sono é fundamental para manejo de ansiedade, porque no sono você faz renovações orgânicas importantes, como, inclusive, a fixação dos temas aprendidos”, explica.

Para o momento do teste, a especialista pondera que o vestibulando precisa focar no processo de fazer a prova e não no resultado futuro. Ela esclarece que pensamentos como “será que vou passar?” dispersam a atenção durante a realização da prova. “A ansiedade patológica retira a capacidade de atenção, concentração e memória. Então, o aluno esquece e não consegue lembrar dos conteúdos que estudou”, destaca Ana Paula.
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*Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira