Grow retirou os patinetes das ruas e demitiu os funcionários - Estefan Radovicz
Grow retirou os patinetes das ruas e demitiu os funcionáriosEstefan Radovicz
Por Lucas Cardoso

Queridinhos de muitos, odiados por outros, os patinetes elétricos sumiram das ruas da cidade durante a pandemia. Com dificuldades financeiras impostas pela quarentena, a principal empresa do setor, a Grow, que responde pelas marcas Grin e Yellow, anunciou no dia 19 de março a retirada dos equipamentos das ruas. Sem o serviço, funcionários demitidos pela empresa denunciam que não receberam os direitos trabalhistas.

Os empregados foram mandados embora, em conjunto, no dia 3 de junho. O comunicado foi feito por e-mail e a formalização pelo sistema online da Carteira de Trabalho. "Mandaram quase 500 funcionários de uma só vez e não acertaram nada. Nem rescisão nem férias", diz Matheus Santiago, que transportava patinetes para a empresa há mais de um ano.  

Uma ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O processo busca o pagamento das verbas rescisórias dos funcionários, como proporcional de férias e 13º, multa e os 40% sobre o FGTS, sob pena de multa que supera os R$ 5 milhões.

Faz falta?

Nas ruas, quem precisa dos transportes compartilhados para lazer ou deslocamento diz que o serviço não faz falta. É o caso do estudante, Bruno Fernandes, 24, que prefere as bicicletas compartilhadas. "Já vi várias pessoas caindo e se machucando por conta da velocidade", criticou.

Para o morador do Centro José Roberto Santos, 62, o transporte faria falta se a infraestrutura da cidade fosse melhor. "As ruas não dão condição para você circular sem medo", disse.  

Procurada, a Grow disse que garantiu alguns benefícios em relação ao plano de saúde e suporte sobre os direitos trabalhistas, contudo não de dívidas. A empresa diz ter oferecido "cestas básicas, cartas de recomendação e auxílio na busca de novos empregos".

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