Publicado 06/07/2020 03:00
Rio - Criado com o objetivo de promover o empoderamento das mulheres pretas e periféricas, o projeto itinerante Resenha das Pretas precisou se reinventar para enfrentar o perÃodo de isolamento social provocado pela pandemia do coronavÃrus. Acostumadas a promover atividades em espaços culturais, neste perÃodo de quarentena a internet tem sido a grande aliada do coletivo, que leva acompanhamento jurÃdico, psicológico, exposição de produtos e serviços das mulheres, ajuda para reinserção no mercado de trabalho, faz doação de cestas básicas e de produtos de higiene pessoal, entre outros.Â
Idealizadora e fundadora do coletivo, Flávia Diniz conta a O DIA que o projeto foi criado há cinco anos. "O Resenha das Pretas nasceu a partir de muito samba e disposição. Inicialmente, levamos samba, palestrantes para abordar temas e reflexões relevantes para essas mulheres e exposição de artesanato de mês em mês", explica.Â
Mas, Flávia informou que o projeto sofreu um perÃodo de pausa quando ela descobriu um câncer. "Foi um momento muito difÃcil e resolvi parar com o projeto, mas não foi o fim dele. Logo depois resolvi retomar, mas esbarrei com a pandemia. Então por razões óbvias precisei realizar as atividades de outra forma, por isso a internet tem sido super importante", conta ela.Â
Através da página no instagram (resenhadaspretas.oficial), no perfil no Facebook e futuramente no Youtube, Flavia e outras representantes do projeto desenvolveram colunas e lives para falar sobre saúde fÃsica e mental da população negra, visibilidade aos trabalhos dessas mulheres e demais temas. "Nós estamos fazendo virtualmente um trabalho para as mulheres pretas com a participação de várias mulheres em diversos campos", explica Flávia.Â
Além disso, o projeto conta com diversos núcleos de acompanhamento para as mulheres, como suporte de empreendedorismo feminino periférico, suporte de RH para reposicionamento de currÃculo e demandas do mercado de trabalho, assessoria jurÃdica da Rafaela Mattos, psicológico de Luciana da Anunciação. Ao total são 13 mulheres divididas em oito núcleos interdisciplinares. Â
"Esse projeto é muito importante porque existe uma deficiência muito grande de uma série de questões para as mulheres pretas periféricas. Nosso objetivo é promover um acolhimento e realizar um atendimento para elas se desenvolverem", diz Flávia.
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Doações de cestas básicas e higiene pessoal
Além do empoderamento, o Resenha das Pretas conta com a parte social para a doação de cestas básicas nos projetos Olubajé e Rosa Solidária, na qual mulheres das comunidades Carobinha, Campo Grande, Oswaldo Cruz e região recebem ajuda. São 292 famÃlias cadastradas até o momento, fora as que pedem ajuda virtualmente.Â
Também há o projeto 'Casa do Perdão' com intuito de levar kits de higiene pessoal para detentas no Rio. "A gente não tem patrocÃnio e precisamos de notoriedade, para que as empresas nos olhem e topem ajudar", finaliza ela.
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