Duas equipes de Saúde da Família e uma de Saúde Bucal da Clínica Souza Marques foram transferidas para a Márcia MendesReprodução
Por O Dia
Publicado 13/07/2020 00:00

Rio - A situação continua preocupante nas Clínicas da Família, que já sofriam com falta de medicamentos essenciais à população. Agora, passam por remanejo de pessoal e equipamentos sem aviso prévio e sem previsão de reposição. A Clínica da Família Souza Marques, no Campinho, e o Centro Municipal de Saúde Clementino Fraga, em Irajá, perderam estrutura para a inauguração de Clínicas da Família, e devem atender a mesma população com quadro reduzido.

Para a abertura da unidade Márcia Mendes, em Campinho, duas equipes de Saúde da Família e uma de Saúde Bucal da Clínica Souza Marques foram realocadas, mas chegaram apenas em 29 de junho, três dias após o começo das atividades, relata um funcionário da unidade que prefere não se identificar. Segundo ele, profissionais foram alocados temporariamente apenas para a inauguração e, logo em seguida, transferiram as equipes definitivas, com todo o mobiliário dos consultórios.

A mudança, entretanto, foi uma grande surpresa para pacientes e funcionários, que souberam na véspera. "A população está muito confusa porque não sabe se vai ser atendida na Souza Marques ou na Márcia Mendes porque nada disso foi discutido com a comunidade. Os funcionários foram avisados do dia para a noite que seriam transferidos e os usuários sequer sabiam", afirma.

Mesmo com a realocação de equipes, funcionários informam que aparelhos de ultrassom e raio-x da Márcia Mendes não funcionam e a estrutura ainda não tem acesso à internet e, portanto, não há como analisar o prontuário dos pacientes. Agora, a Souza Marques, que nunca ficou sem médicos desde a inauguração, em 2012, opera com 4 médicos para 7 equipes e sem previsão de novas contratações.  

As dificuldades de acessar novas unidades também afeta usuários da Clínica da Família Maury Alves, em Vargem Pequena. A unidade foi fechada pela Defesa Civil há duas semanas por problemas estruturais e, segundo um servidor, todo o mobiliário foi alocado para a Clínica da Família Lourival Francisco, na Cidade de Deus, inaugurada 4 de julho. Os profissionais foram transferidos para outras unidades da rede. Assim como no Campinho, os pacientes da unidade têm mais dificuldades para chegar nas novas unidades. "Agora, a unidade mais próxima fica a 8 km. Fica muito difícil de recorrer em caso de emergência, ainda mais na região de Vargem Pequena, que é ruim de transporte", lamenta o servidor. 

A Secretaria Municipal de Saúde informa que o edital de contratação de novos agentes comunitários está previsto para agosto, e os funcionários transferidos da Souza Marques já atuavam na região que, hoje, é atendida pela Márcia Mendes, e a pasta ainda está contratando a empresa que vai operar os aparelhos da unidade. Eles informam, ainda, que funcionários e mobiliário da unidade Maury Alves foram alocados até que haja a reconstrução do telhado, mas não deu previsão. Os profissionais estão na Clínica Cecília Donnangelo, em Vargem Grande. A SMS afirma que não há necessidade de contratação de profissionais porque não houveram demissões.

 

 

Condições precárias em Irajá
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Leitos vazios no Riocentro
O aumento do número de leitos vazios no Hospital de Campanha do Riocentro faz parlamentares questionarem a necessidade da estrutura. Na sexta, os deputados estadual Renan Ferreirinha (PSB) e federal Marcelo Calero (Cidadania) realizaram vistoria na unidade, com apenas 45 pacientes internados. 
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Ferreirinha aponta que o hospital, com capacidade para 500 leitos, nunca recebeu mais de 200 pacientes concomitantemente e questiona a não abertura de leitos em hospitais de referência para a covid-19, como o Ronaldo Gazolla. Especialistas ouvidos pelo parlamentar estimam que o Riocentro tenha custado cerca de R$ 200 milhões, valor mais que necessário para a reativação de todos os leitos da rede.
Segundo a SMS, a estrutura foi construída com base em estudos da UFRJ e da Fiocruz, que apontavam a necessidade de, ao menos, 2.500 leitos em momento de pico da curva, e a unidade do Riocentro estaria apta a receber pacientes mais rápido que se fossem feitas obras no Ronaldo Gazolla. O planejamento da Prefeitura pretende centralizar nas duas estruturas o tratamento de todos os pacientes de covid-19 na rede municipal até dezembro.
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