Especialistas relatam que a procura por compra e locação de imóveis chegou a superar as expectativasPhotoMIX Company
Por Gabriel Sobreira
Publicado 19/07/2020 00:00
Rio - O sonho da casa própria e o desejo de investir em um imóvel não sumiram com o avanço da pandemia do novo coronavírus. Pelo contrário, ambos estão cada vez mais reais e possíveis. De acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF), líder na concessão de financiamento para casa própria com quase 70% do crédito imobiliário do país, só no primeiro semestre deste ano, as contratações alcançaram a marca de R$ 48,2 bilhões, que representa um crescimento de 21,73% em relação ao mesmo período do ano passado. No mês de junho, a CEF atingiu o volume de R$ 11,1 bilhões em financiamentos habitacionais, mantendo a liderança no mercado imobiliário.
Quem viu a receita despencar 90% no início da pandemia, em março, foi João Paulo Mallet, CEO - diretor presidente da Privilégio Imóveis. “A gente saiu de um faturamento 100%, regular do mês, para um faturamento de 10% do que a gente faturava. Isso aconteceu na metade de março e em abril”, lembra ele, que foi acompanhando a reação atentamente.
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“Em maio, o faturamento foi de 20% do que era esperado. Ou seja, uma redução de 80% do volume total. O início de junho ainda foi fraco. Do dia 15 de junho até o dia 15 de julho, a gente voltou a um nível de faturamento similar ao do ano passado. Voltou para os 100%. Ou seja, a recuperação foi em ‘V’. Houve uma queda brusca do movimento para 10%, depois 20% e depois 100%”, detalha Mallet.
Gustavo Araújo, gerente de Compra e Venda da Apsa, também viu uma redução na procura no início da quarentena, naturalmente provocada pelo entendimento e adaptação da sociedade a este novo cenário. “Mas à medida em que o tempo foi passando, percebemos um aumento tanto nas buscas por imóveis para compra, quanto de pedidos de avaliações para venda”, avalia Araújo.
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Para Laudimiro Cavalcanti, diretor do Creci-RJ, a procura por compra e locação de imóveis chegou a superar as expectativas. “O volume de crédito imobiliário também apresentou crescimento no comparativo com o ano passado. São fatos que demonstram que o mercado imobiliário tem permanecido ativo durante pandemia”, afirma Cavalcanti.
Variados tipos de compradores
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Bairros com potencial de valorização
O futuro do lendário edifício 'A Noite'
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Segundo Gustavo Araújo, gerente de Compra e Venda da Apsa, não é de hoje que se fala na possibilidade de tornar o Centro do Rio em uma área atraente para empreendimentos residenciais. Afinal, o bairro tem uma localização estratégica.
Araújo afirma que existe a tendência de uma transformação na região, com possibilidade de muitos dos atuais imóveis comerciais se tornarem residenciais. "Deve ser uma mudança gradual, que depende de mais investimentos em infraestrutura", pontua.
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Laudimiro Cavalcanti concorda. "Para alavancar a vocação residencial do Centro, em breve acontecerá o leilão do histórico 'A Noite', na Praça Mauá.
Construído no final dos anos 20, o edifício já foi o maior arranha-céu da América Latina. Sediou o jornal 'A Noite' e depois, abrigou a também lendária Rádio Nacional. Ainda no século XX, o prédio entrou em decadência.
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