Quem mora na Zona Oeste, mais especificamente nos bairros periféricos (AP 5), sabe muito bem como é difícil ter acesso à cultura na região, principalmente quando a comparação é com o centro e a Zona Sul do Rio. Na luta para mudar essa realidade, dezenas de instituições assinaram uma carta enviada à Prefeitura do Rio com um pedido pela ampliação e adequação da Biblioteca Municipal Manuel Ignácio de Alvarenga, em Campo Grande, uma das poucas opções de acesso a livros gratuitos para os moradores.
O documento, que faz uma série de reivindicações, foi elaborado a partir de reuniões online da comissão composta por nove moradores da Zona Oeste: Silvia Fernandes, Angélica Angelo, Silmo Prata, Alice Franco, André Luis Mansur, José Fontenele, Deca Serejo, Luiz Alberto Damásio e Julia Daniela. E nem mesmo a pandemia foi capaz atrapalhar o grupo, que conseguiu reunir 74 assinaturas, entre elas a da Associação Empresarial de Campo Grande (AECG).
Desde o dia da inauguração da biblioteca, em novembro de 2019, ela não foi aberta ao público, já que são necessárias algumas adequações, como acessibilidade para idosos, cadeirantes e portadores de outras deficiências. Para atender esse público, uma das reivindicações é o ajuste do espaço integral do primeiro andar, já que todo o acervo de livros deve ficar no térreo para facilitar o acesso. Outro pedido é a instalação de um elevador para chegar ao segundo andar, o que dobraria a capacidade da biblioteca.
Também não há acesso à internet no local, uma das solicitações da comissão organizadora. A segurança é um problema, já que a biblioteca ainda não conta com uma saída de emergência. Para isso, a carta sugere a extensão do espaço físico, com um acesso à sala contígua, que consolidaria a saída de emergência.
"Isso contribuiria de forma determinante para o desenvolvimento inicial das atividades, visto que constituem importantes práticas de que a população necessita urgentemente", diz a carta.
Em outro trecho, a comissão destaca a alta demanda por serviços na região, apesar das poucas opções oferecidas pelo poder público. "São poucos os aparelhos municipais para a região e são inúmeros os artistas, pesquisadores e uma gama variada de outros profissionais locais que podem colaborar em oficinas, workshops, cursos e palestras, formando um material humano local de grande qualidade e potencial para o desenvolvimento e repercussão na comunidade".
Comentários