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Em tempos de máscaras contra a covid-19, o olhar ganha ainda mais força

Por ANA CARLA GOMES
Qual máscara você usa? A preta e a branca básicas? A estampada? A multicolorida? Já vi até estilizadas, lindas! E ela é capaz de cobrir as suas expressões ou não consegue esconder o que você sente? Há olhares tão radiantes e eufóricos que mostram mais alegria do que um rosto totalmente descoberto sem um sorriso sequer.
É curioso: só os olhos brilhantes, mesmo com a boca e o nariz protegidos contra o nosso inimigo invisível, já são capazes de serem bem mais calorosos e acolhedores do que um rosto inteiro sem nenhuma efusividade.
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Sentimentos transbordam e não há máscaras que os sufoquem. A tristeza pode se revelar em lágrimas, contidas ou não. Eu me lembro do fotógrafo Estefan Radovicz contando sobre uma foto marcante que fez durante a pandemia da covid-19: "Consegui um grande olhar de uma mulher com máscara, na UPA de Nova Iguaçu. Ela estava atrás de um vidro olhando para o fundo da minha câmera. Era um olhar de uma profunda incerteza, quase medo".
Não à toa, os olhos carregam muitas das nossas marcas de expressão. As rugas ao seu redor são os sinais nítidos do que sorrimos e choramos na vida. Enfim, vivemos e temos história para contar. Há quem opte por camuflar as marcas do tempo, paralisando a naturalidade que nos acompanha desde pequenos.
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A testa também não mente: ela franze em sinal de preocupação. E a voz que sai abafada por trás da máscara pode até dizer uma coisa, mas o olhar, que já foi cantado como aquele 43, entrega tudo. Afinal, Chico Buarque já resumiu lindamente: "Olhos nos olhos, quero ver o que você diz...".
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