Armamentos e munições eram repassados para clubes de tiros, militares e parentes, revela investigação - Paulo Carneiro
Armamentos e munições eram repassados para clubes de tiros, militares e parentes, revela investigaçãoPaulo Carneiro
Por O Dia
Rio - Uma investigação do Ministério Público Militar (MPM) e do Exército descobriu um esquema de desvios de armas do Exército para colecionadores, militares e familiares. Os desvios aconteciam no Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 1ª Região Militar (Rio de Janeiro e Espírito Santo).
O MPM identificou três irregularidades praticadas no SFPC da 1ª Região Militar:
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. Desvio de armas entregues para destruição ou para retorno à cadeia de suprimentos do Exército para colecionadores, militares e familiares;
. Desvio de armas destinadas à destruição decorrente do Acordo de Cooperação Técnica assinado entre o Exército e o Supremo Tribunal Federal, no ano de 2017, que permitiu a destruição de armas de fogo e munições apreendidas que estavam sob a guarda do Poder Judiciário 
. Tentativa de forjar legalidade em armas contrabandeadas e adquiridas ou apreendidas ilegalmente.
Uma operação deflagrada na sexta-feira cumpriu mandados de busca e apreensão com o objetivo recuperar 119 armamentos em endereços relacionados a 13 pessoas físicas e uma jurídica, colecionadores, militares e civis, sendo um deles foragido da Justiça Militar com condenação já transitada em julgado. Foram cumpridos mandados no Rio de Janeiro, Espírito Santos, Paraná e no Distrito Federal. Foram realizadas duas prisões em flagrante.
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Além das 101 armas objeto da investigação, outras 81 armas em situação irregular também foram apreendidas, bem como munições de diversos calibres, peças e acessórios de vários tipos de armamentos.

O Ministério Público Militar designou membros da Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro para, em atuação conjunta, apurar o desvio de armas e munições na 1ª Região Militar. O pedido de busca e apreensão foi requerido pelo grupo, que também acompanhou a operação, coordenada pelo Comando Militar do Leste, e que contou ainda com o apoio da Polícia Federal, Polícia Civil e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).