Ex-policial Alexandre Neto foi filmado insultando Teixeira (no detalhe) - Fotos: Reprodução de vídeo
Ex-policial Alexandre Neto foi filmado insultando Teixeira (no detalhe)Fotos: Reprodução de vídeo
Por O Dia
 
Rio - O jornalista e ex-colunista do Meia Hora, Rodrigo Teixeira, de 32 anos, denunciou ataques sofridos por parte de um policial civil aposentado enquanto trabalhava na ação de reintegração de posse da Casa Nem, centro de acolhimento LGBT, em Copacabana na tarde de segunda-feira. O digital influencer estava à serviço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e de Direitos Humanos do Rio, onde trabalha.
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No vídeo, é possível ouvir o homem, identificado como Antônio Teixeira Alexandre Neto, em atitude agressiva xingando o jornalista e fazendo provocações, como "Quero tirar onda com você, gorducho", entre outras ofensas impublicáveis. O jornalista, que reagiu pedindo respeito, gravou trechos do ataque.
Confira o vídeo:
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Rodrigo divulgou, nesta terça-feira, um depoimento na qual relata as ofensas. "Não é comum você ser insultado quando está na rua. Um popular me abordou desferindo contra mim injúrias, palavrões e palavras de baixo calão. Estávamos lá para resguardar direitos e até nós fomos vítimas de pessoas que acham que nós não podemos ter direito", diz.
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O homem que aparece no vídeo proferindo os xingamentos é policial civil. De acordo com a 13ª DP (Ipanema), os envolvidos foram ouvidos, foi assinado um termo circunstanciado e o caso encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos diz que acompanha o caso e presta apoio jurídico e psicológico ao funcionário brutalmente ofendido enquanto estava em serviço. "A SEDSDH repudia veemente toda forma de preconceito e acompanhará todo o caso", afirma em nota.
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Confira relato de jornalista:
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) prestou solidariedade a Rodrigo Teixeira e repudiou "a violência verbal sofrida pelo jornalista no exercício da profissão".
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"As agressões homofóbicas e gordofóbicas, impublicáveis, proferidas contra Teixeira são inadmissíveis e injustificáveis. São reflexos da forte onda reacionária que tomou o Rio de Janeiro e o país, e elegeu como alvo quem luta pela Democracia e pelos Direitos Humanos", diz a nota.
"A agressão ao jornalista carioca acontece dias depois de o presidente da República dizer que tem 'vontade de encher a boca de porrada' de um profissional de imprensa. Frases como esta, do maior representante do poder público constituído no país, fazem muitos brasileiros que se identificam com o tom violento do senhor Jair Bolsonaro se sentirem legitimados a agir com igual brutalidade", criticou.

"Homofobia é crime determinado por unanimidade pelos ministros pelo Supremo Tribunal Federal. Nós, jornalistas, entendemos que o respeito aos direitos humanos é a base para concretizarmos o estado democrático. Por isso, nos juntamos às vozes contra toda e qualquer violência", concluiu.