Publicado 04/08/2020 17:36 | Atualizado 04/08/2020 17:37
Rio - A Ecoponte, empresa do grupo EcoRodovias que administra a ponte Rio-Niterói, está prestes a abandonar a obra da Avenida Portuária, no Rio de Janeiro, faltando cerca de 6% para ser concluída, devido à dificuldade para ter acesso a uma área da Aeronáutica que está em disputa judicial com o arrendatário.
Segundo a Ecoponte, por causa dos custos, não será mais possível manter a equipe mobilizada para terminar a obra, que consiste na instalação de dois pilares de metal para finalizar a ligação da Avenida Brasil à zona portuária da cidade.
A obra, no total de R$ 450 milhões, consiste em uma via exclusiva para caminhões ligando a principal avenida da cidade ao porto, desafogando assim o pesado trânsito da Avenida Brasil. Se cumprir a ameaça, a obra ficará inacabada, afirma a empresa.
Uma das alças da via foi inaugurada em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro junto com outras autoridades do governo e uma polêmica participação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal.
A obra é a principal construção em andamento no estado e a previsão é de que seja concluída em janeiro de 2021, se o impasse conseguir se resolvido. Antes, a previsão era maio deste ano.
O Grupo Ecorodovias viu seu lucro cair 41,2% no segundo trimestre do ano impactado pela redução do tráfego causado pelo isolamento social durante a pandemia de covid-19 no período. De 16 de março a 21 de julho, o tráfego nas rodovias operadas pela empresa caiu 18% em relação ao mesmo período do ano passado, levando a queda acumulada no ano para 7,5%.
De acordo com o Comando da Aeronáutica (Comaer), o acesso ao trecho depende do cumprimento de uma ordem judicial para que a empresa arrendatária desocupe o imóvel público.
Só após essa decisão poderá dar prosseguimento ao processo de reversão do imóvel à Superintendência de Patrimônio da União no Estado do Rio de Janeiro (SPU/RJ), a quem cabe destinar o imóvel público para possibilitar a implantação de obra.
O processo de reintegração de posse está sendo conduzido pela Justiça Federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), informou a Aeronáutica. O órgão não disse, porém, qual a previsão de uma solução para o caso, e nem comentou a decisão da Ecoponte.
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