Alice Felis é do Espírito Santo e mora no Rio há cinco anosReprodução / Instagram
Por RAI AQUINO
Publicado 19/08/2020 09:17 | Atualizado 19/08/2020 15:57
Rio - A modelo Alice Felis, de 25 anos, foi brutalmente agredida dentro de seu próprio apartamento, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A agressão aconteceu na madrugada de domingo, quando Alice, que é transexual, estava em casa com um homem de aparentemente 20 anos que conheceu em um bar próximo de sua residência. Ela teve o maxilar, o nariz e vários dentes quebrados, além de ter ficado com muitos hematomas.
A advogada da modelo, Fêh Oliveira, conta que Alice, que é de Vitória, no Espírito Santo, e está no Rio há cerca de cinco anos, conheceu o rapaz quando esteve em um bar na Rua Miguel Lemos para comprar uma cerveja.
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"Ela viu o rapaz lá, trocou olhares com ele e pediu para o garçom lhe entregar o número de seu telefone. Quando estava indo embora, o rapaz foi até ela, perguntando aonde ela morava, e se ofereceu para ir lá ficar com ela", conta a advogada.
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No apartamento, os dois beberam a cerveja que Alice havia comprado, inclusive voltando ao bar para comprar outras por algumas vezes. Segundo a advogada, o rapaz pediu para usar cocaína e a modelo, apesar de não ser usuária de drogas, deixou.
"Depois, eles foram tentar ter uma relação sexual e o rapaz não conseguiu ter ereção. Foi quando ele começou a ficar nervoso. Ela chegou a comprar um estimulante sexual, mas não fez efeito. Foi quando ela sugeriu que eles tomassem um banho juntos para que ele relaxasse", narra Fêh.
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Depois do banho, Alice pediu para ele fazer uma massagem nela. A advogada conta que as agressões começaram neste momento.
"Quando ela deitou na cama, ele se aproveitou que ela estava de costas para começar a agredi-la. Primeiro, ele agarrou o pescoço dela, como se fosse estrangulá-la. Ela reagiu e ele começou a esmurrá-la, a jogá-la no chão, esfregar sua cara na parede, nos lugares, e quebrando um vidro do apartamento no corpo dela", detalha.
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AMEAÇADA DE MORTE
O agressor chegou a pegar uma faca na cozinha e ameaçou matar Alice, pedindo para ela deixar o bairro. A modelo implorou por sua vida, até que ficou desacordada.
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Foi quando o homem revirou o apartamento e pegou cerca de R$ 3,6 mil que ela tinha guardado. Ele ainda retirou o chip do celular de Alice e quebrou.
Quando acordou, cerca de duas horas depois, Alice correu para pedir socorro aos vizinhos. Um deles a atendeu e chamou a polícia. Eles imaginavam que o agressor ainda poderia estar no apartamento ou pelo edifício.
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Alice procurou atendimento médico no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Lá, ela ficou sabendo que teve o maxilar e o nariz quebrados.
A modelo publicou um desabafo nas redes sociais lamentando o episódio; assista!
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AGRESSOR IDENTIFICADO
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A modelo só conseguiu fazer um boletim de ocorrência nesta terça-feira, quando foi à 13ª DP (Ipanema). Lá, ela ficou sabendo que o homem tem diversas passagens pela polícia, principalmente por se envolver em confusão com o público LGBTQIA+. 
"Quando estávamos no IML para fazer exame de corpo de delito, a delegada nos chamou de volta para fazer o reconhecimento de um suspeito. Lá, a Alice o reconheceu por fotos", afirma Fêh.
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Procurada pelo DIA, a assessoria da Polícia Civil se limitou a dizer que agressor já foi identificado e reconhecido pela vítima e que "diligências estão em andamento para esclarecer o fato", sem dizer como o crime será qualificado.
MULTADA PELO CONDOMÍNIO
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A advogada conta que Alice ainda chegou a ser multada pelo condomínio, porque disseram que ela foi responsável pela confusão.
"Eles pressionaram a Alice, dizendo que ela tinha que entregar o apartamento. Chegaram a mandar ela limpar o local, mesmo antes da perícia da polícia. Claro que ela não fez e vamos recorrer dessa decisão absurda", avisa a advogada.
A boa notícia diante de tanta violência é que diversos famosos, como Pabllo Vitar e Preta Gil, se solidarizaram com o que aconteceu com a modelo. Eles pediram punição ao agressor e colaboração para a vaquinha que a modelo organizou para retomar a vida. Até a publicação da reportagem, a campanha já havia arrecadado mais de R$ 145 mil. A meta era R$ 90 mil.
O caso também fez com que a modelo ganhasse milhares de seguidores nas redes sociais. Dos cerca de mil no Instagram, antes, agora ela já acumula mais de 370 mil.