Bebê teve 37,5% do corpo queimadoArquivo Pessoal
Por Beatriz Perez
Publicado 20/08/2020 15:04 | Atualizado 20/08/2020 17:40
Rio - A pequena Juliana Duarte Anastácio, de seis meses, passou grande parte de sua vida em um hospital. Sua última passagem está sendo prorrogada por um incidente no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói. A bebê sofreu queimaduras pelo corpo e precisou ser sedada. A Polícia investiga o caso. Segundo a família, uma das hipóteses é que ela tenha sido queimada pela manta térmica. (Cuidado: imagem forte ao fim deste texto)
A avó da criança diz que a família espera que o hospital seja transparente e conduza bem o caso. "Somos evangélicos. Não estávamos querendo briga ou confusão. Nosso objetivo é descobrir o que houve e como o hospital vai se pronunciar. Disseram que fariam sindicância e nada está sendo feito. Nós temos ficado muito tristes. Ela é uma bebezinha que é indefesa e agora está nesta situação", lamenta Adilene, de 51 anos.
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Adilene conta que a filha costuma acompanhar a neta no CTI. Na terça-feira, a mãe precisou ir para a casa para tomar banho e voltaria ao hospital durante a tarde. Quando voltou, encontrou a bebê enfaixada da cintura pra baixo. A equipe lhe disse que Juliana teria sofrido uma possível queimadura no banho, o que foi descartado pelos investigadores, segundo a avó.
A família se queixa da falta de informação recebida por parte do hospital. "A Juliana estava só no oxigênio. Agora ela está sedada no tubo. A queimadura até onde sabemos é de segundo grau. O laudo pericial ainda vai ser feito. Não estão prestando assistência. Até agora nenhum psicólogo veio falar conosco. A assistência que estão prestando é o que eles são obrigados a fazer: tratar da minha neta. Ela estava se curando de um quadro de pneumonia e agora tem um quadro muito pior do que o que estava", ressalta Adilene.
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Devido a uma meningite e sequelas de herpes, Juliana desenvolveu uma microcefalia, explica a avó. Desde então, ela precisa de traqueostomia. A bebê havia retornado ao CTI depois que sofreu uma convulsão por conta de uma pneumonia, em que a cânula ficou entupida com secreções. Ela já estava com o quadro melhor, quando sofreu a queimadura.
De acordo com a 78ª DP (Fonseca), a investigação está em andamento. Na quarta-feira foi feita perícia de local e exame de corpo de delito. Uma nova perícia foi agendada para esta quinta-feira.
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Procurado, o hospital onde aconteceu o caso informou que o prontuário já foi disponibilizado para a família e para a polícia. Disse ainda que lamenta profundamente o ocorrido e está prestando toda a assistência necessária, além de contribuir com as investigações. Além disso, afirmou que foi aberta uma sindicância para apurar o fato.
"Nesta quinta-feira (20), já foi realizada uma perícia médica na paciente. A direção já identificou os profissionais que atenderam a criança e está ouvindo todos os envolvidos no caso no âmbito da sindicância. Também está sendo realizado um levantamento técnico e análise dos insumos e equipamentos utilizados no tratamento da paciente a fim de descobrir as causas do fato", concluiu.
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Cuidado, imagem forte.
Juliana de apenas seis meses sofreu queimaduras enquanto estava internada no Hospital Municipal Getúlio Vargas, o Getulinho, em NiteróiArquivo Pessoal/ Reprodução