Publicado 25/08/2020 06:19 | Atualizado 27/08/2020 18:08
Rio - A Polícia Civil faz, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, a megaoperação Espoliador III contra diversos tipos de roubos em todo o estado. São mais de 100 de mandados de prisão, que estão sendo cumpridos por agentes de várias delegacias. Os alvos são autores de roubo, receptação e latrocínio (roubo seguido de morte) foragidos da Justiça.
Ao todo, 416 pessoas foram presas. Um deles é o chefe do tráfico de drogas da comunidade da Palmeirinha, em Honório Gurgel, na Zona Norte da capital. Márcio Rafael Moreira, de 45 anos, foi encontrado com um Honda HRV clonado, que pode ser avaliado em pouco mais de R$ 100 mil.
Outro preso, com mandado por roubo, foi capturada em uma residência de alto padrão com academia, piscina e hidromassagem em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital. Ele estava com três armas, dentre elas um fuzil. Drogas e outros materiais foram apreendidos com outros criminosos.
Quatro pessoas morreram em confronto com os policias, três em Resende, no Sul Fluminense, e uma em Jardim Gramacho, Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. Todos tinham pedidos de prisão por roubo de cargas.
Segundo informações reveladas pelos delegados á frente da investigação, a operação atinge diretamente facções criminosas e as milícias que atuam no tráfico em comunidades do Estado.
"Estamos fazendo um combate frontal ao crime organizado, principalmente a questão dos roubadores, e isso vai se refletir na queda dos índices que já vêm caindo vertiginosamente desde 2019 em todo estado", destacou o delegado Felipe Curi, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, que está a frente da ação.
EMPRÉSTIMO DE ARMAS
De acordo com a Polícia Civil, os mandados são de inquéritos das delegacias de todo o estado e de levantamento realizado pela Polinter. As investigações apontaram que grande parte dos roubos praticados no estado são feitos com financiamento do tráfico de drogas. Para aumentar os lucros das ações, os traficantes emprestam armas para criminosos praticarem todos os tipos de roubos.
"É um crime que atinge desde o trabalhador, que pega o ônibus e muitas vezes vê até a sua marmita subtraída. Até grandes roubadores que dedicam sua vida a roubar bancos ou cargas. Atinge desde pessoas pobres a alta", disse o secretário de Polícia Civil, Flávio Brito.
Ainda segundo a polícia, o crime organizado é responsável pela maior parte dos roubos nos estado. As investigações constataram que o tráfico de drogas e a milícia respondem por cerca de 79% dos roubos de veículos na capital, 73% na Baixada Fluminense e 84% em Niterói e São Gonçalo.
Em relação aos roubos de cargas, essas quadrilhas têm participação em pelo menos 65% das ocorrências na capital, 64% na Baixada e 62% em Niterói e São Gonçalo.
A Polícia Civil disse que em 2019 indiciou 12.587 assaltantes, o que representa um aumento de 18,8% em relação a 2018. Além disso, no mesmo ano foram presos 2.135 ladrões (mais de 100% de aumento comparado com 2018).
Índices de roubos de janeiro a julho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019*
. Roubo de rua: - 42%
. Roubo de rua: - 42%
. Roubo de veículo: -37%
. Roubo de carga: -34%
A ação de hoje tem a a participação dos departamentos gerais de Polícia da Capital (DGPC), da Baixada Fluminense (DGPB), do Interior (DGPI), Especializada (DGPE) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
* De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP)
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