Após a derrota no STJ, que afastou o governador do cargo, os advogados de Witzel devem acionar nos próximos dias o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para tentar reconduzi-lo ao governo do estado. Uma reviravolta no caso, no entanto, é considerada improvável.
DEFESA
Witzel apresentou ontem sua defesa à Alerj e alegou que o processo de impeachment é uma ação política para derrubá-lo, e faz parte de um "movimento mais amplo", que também teria como alvo outros mandatários estaduais. O documento de 41 páginas protocolado na Casa por seus advogados, cita os chefes dos Executivos estaduais de Santa Catarina, Amazonas, que também foram alvo de processos de impeachment.
Os advogados argumentaram que a peça não tem base jurídica para prosseguir. Eles alegam perda de objeto e ausência de provas.
Por causa da decisão de afastamento confirmada pela Corte Especial do STJ na quarta-feira, Witzel deverá ficar longe do cargo por pelo menos seis meses. Com a defesa entregue à Comissão da Alerj que analisa o pedido de impeachment, a tendência é que o relatório final do colegiado fique pronto nas próximas semanas. O prazo legal é de cinco sessões - a contagem foi iniciada nesta quinta.
Para a aprovação do impeachment é necessário o número mínimo de 47 votos - dois terços do total de 70 parlamentares. Se Witzel for derrotado na votação, forma-se um tribunal misto, composto por deputados estaduais e desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) para julgar o governador afastado por decisão do Legislativo. Em caso de condenação neste tribunal, Witzel perde definitivamente o cargo e fica inelegível por oito anos.