Mesmo sem liberação, estabelecimentos cercaram espaços públicos. Praias tiveram ontem mais um dia de muitos banhistas e irresponsabilidade - Fotos Ricardo Cassiano
Mesmo sem liberação, estabelecimentos cercaram espaços públicos. Praias tiveram ontem mais um dia de muitos banhistas e irresponsabilidadeFotos Ricardo Cassiano
Por O Dia

O domingo de sol no feriadão resultou em mais um dia de praias lotadas e desrespeito às regras de isolamento que ainda vigoram no Estado do Rio para combater a covid-19. As orlas das zonas Sul e Oeste repletas de banhistas revelaram que os cariocas parecem ter voltado à rotina normal. Na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, os quiosques também estavam lotados. E alguns deles saíram na frente do prefeito Marcelo Crivella e criaram cercadinhos para o público, com grades de ferro invadindo parte do calçadão e faixa de areia para tornar a área, que é pública, privativa para os clientes.

Um homem que se apresentou como gerente de um dos estabelecimentos da orla, ao ser questionado, confirmou que se tratava de um espaço público. Mas disse que foi preciso adotar a medida, de restringir o espaço e fazer um cercadinho, para evitar a formação de aglomerações no local.

"Não é um espaço privado, fizemos isso (cercadinho) durante a pandemia para evitar a aglomeração", disse um funcionário, sem se identificar. Aliás, dois homens, aparentemente seguranças, impediam a entrada das pessoas, tanto pelo calçadão, quanto pela areia.

"É um absurdo isso, não estamos falando de um local privado. Então, por que não podemos entrar ou passar por aqui? Perguntei, mas não me explicaram", indagou uma mulher impedida de entrar. Já outra contou que a explicação era que apenas sócios podiam acessar o espaço. "Como assim sócios? Estamos na praia, a areia e o calçadão são públicos", reclamou.

Segundo frequentadores da região, para acessar a área restrita em alguns quiosques é preciso desembolsar uma boa grana, que pode chegar a R$ 1 mil, dependendo da localização do estabelecimento.

"Acho que só entra quem é cliente antigo. Para ficar no local ainda é preciso uma consumação mínima. Estou esperando há duas horas para entrar e não consigo. Outras pessoas chegaram e entraram depois de mim. Estão achando que não posso pagar?", perguntou uma cliente que não quis se identificar.

o que dizem as autoridades

Questionada sobre a prática dos cercadinhos, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) informou que a Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização vai incluir os quiosques da Praia do Pepê na agenda de fiscalização. E afirmou que, caso sejam identificadas irregularidades, os quiosques podem ser multados, interditados e terem iniciado o processo de cassação do alvará.

A prefeitura informou que só no último sábado, 61 quiosques na orla da Zona Oeste foram fiscalizados e a Vigilância Sanitária aplicou três infrações. Um ambulante foi multado e foram apreendidas 58 garrafas de vidro com bebidas alcoólicas vendidas por um barraqueiro. Outros 11 barraqueiros foram notificados pela oferta desautorizada de cadeiras, guarda-sóis e bebidas alcoólicas aos banhistas. Ambulantes não autorizados tiveram que se retirar.

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