Casa Fluminense, SerCidadão e British Council  fazem diagnóstico da região administrativa de Santa Cruz, com metas e propostas para o futuro  - fotos: DIVULGAção
Casa Fluminense, SerCidadão e British Council fazem diagnóstico da região administrativa de Santa Cruz, com metas e propostas para o futuro fotos: DIVULGAção
Por O Dia

Como os moradores do extremo oeste do Rio desejam viver em dez anos? A resposta para essa e outras perguntas aparecem no Plano Santa Cruz 2030, um documento inédito com metas e propostas para transformar a realidade social dos bairros de Santa Cruz, Sepetiba e Paciência.

O evento de lançamento do documento, que terá a participação de lideranças e artistas locais, acontece nesta sexta-feira (11), às 10h, com transmissão ao vivo nas redes sociais (Instagram @santa.cruz2030). Na ocasião, será apresentado ao público todo o conteúdo com mapas, indicadores, metas e propostas concretas. 

Velhos problemas

Os desafios de viver na região são diversos e históricos. Em 2017, a Casa Fluminense publicou uma pesquisa com indicadores sociais que traduziram o que os moradores sentem na pele até hoje: o aprofundamento ano a ano das desigualdades sociais. A pesquisa apresentou um retrato socioeconômico da Zona Oeste do Rio, região que concentra 41% da população carioca e possui um dos menores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) da cidade.

Os indicadores impactaram tanto os pesquisadores quanto lideranças locais, suscitando uma série de encontros, debates e mobilizações, com diversos segmentos da sociedade civil, elegendo quatro temas prioritários para pensar o futuro: trabalho e renda, saúde, educação e cultura.

O material traz dados alarmantes. Segundo ele, 25 mil jovens de 15 a 29 anos, da Zona Oeste, estão fora da escola e do mercado de trabalho. Na área da saúde, apurou-se que as chances de sofrer um AVC é 10 vezes maior para um morador de Santa Cruz do que para um morador da Gávea. Uma em cada cinco meninas entre 15 e 17 anos têm filhos vivos.

Indicadores

No que diz respeito à educação, apenas 8% dos jovens da região conseguem acessar a universidades e menos de 5% da juventude tem ensino superior completo. O índice de acesso à cultura tem nota 6 numa escala de 0 a 100. Não há equipamentos de teatro e cinema.

O lançamento do Plano Santa Cruz 2030 é uma oportunidade de difusão ampla dos indicadores sociais da Zona Oeste do Rio e das propostas construídas pelos próprios moradores, capazes de decidir as prioridades e a produção de sentidos rumo ao desenvolvimento local. Mostrar esse movimento, na região mais populosa da cidade, é uma oportunidade de a cidade se repensar, interagir e apontar caminhos para um Rio mais democrático, justo e sustentável para todos.

A iniciativa é uma realização da Casa Fluminense, da Ser Cidadão e do British Council, em cooperação com a rede de lideranças locais e em articulação com as áreas de responsabilidade social das empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz.

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