A mulher sofreu perfurações no tórax, clavícula, antebraço, mão e costas
 - Reprodução da Internet
A mulher sofreu perfurações no tórax, clavícula, antebraço, mão e costas Reprodução da Internet
Por O Dia
Rio - A plataforma Fogo Cruzado registrou, nos 6 meses de quarentena, 2.359 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; 43% a menos que o registrado entre os dias 14 de março e 13 de setembro do ano passado, quando houve 4.114 tiroteios. O crescente número de mulheres baleadas chama a atenção, foram 34 em 6 meses. Destas, 12 morreram. Do total de mulheres mortas desde que decretado o isolamento social, metade delas foram vitimadas neste último mês, entre os dias 5 de agosto e 1 de setembro.
De acordo com o registro, entre as vítimas, está a sargento do Exército Bruna Carla de Araújo, morta a tiros no dia 30 de agosto, em um assalto na Avenida Presidente Kennedy, Duque de Caxias. Bruna Carla estava de carro com a família, quando o veículo enguiçou e o marido teve que descer para fazer o conserto. 

Ao todo, 763 pessoas foram baleadas no Grande Rio durante o isolamento social, destas, 384 morreram. Comparado com o mesmo período de 2019, quando houve 776 mortos e 737 feridos, na quarentena houve queda de 51% na quantidade de mortos e de 49% na de feridos.

Entre os baleados, 14 eram idosos (com idade igual ou superior a 60 anos), 11 eram adolescentes (entre 12 anos e 18 anos incompletos) e 8 eram crianças (com idade inferior a 12 anos). Houve ainda 64 agentes de segurança baleados e 38 pessoas vítimas de balas perdidas. 11 pessoas foram baleadas quando estavam dentro de casa e houve 19 casos em que 3 ou mais civis foram mortos a tiros em uma mesma situação, sendo 76 civis mortos nestas circunstâncias.
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Queda na participação de agentes

Houve 575 tiroteios/disparos com a presença de agentes de segurança, o que representa 24% do total de tiroteios registrados nestes 6 meses de quarentena (2.359). Já em comparação com o mesmo período de 2019, quando houve 1.217 tiroteios com a participação dos agentes, houve queda de 53% no índice de agentes envolvidos nos tiroteios

Médias diárias

Com uma média de 13 tiroteios por dia, o período de quarentena (14 de março e 13 de setembro) teve 2.359 tiroteios/disparos de arma de fogo, o que representa uma queda de 7% em comparação com a média diária de tiros no período pré-quarentena (1 de janeiro até 13 de março) quando, dos 1.024 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio, houve em média 14 tiros por dia. Houve ainda uma média de 2 mortos e de 2 feridos por dia durante o isolamento social.

Regiões

A Zona Norte do Rio, com 828 registros, concentrou 35% do total de tiroteios/disparos de arma de fogo acumulados no Grande Rio durante a quarentena (2.359), sendo a região com mais registros neste período. Em seguida, estão Baixada Fluminense (503), Zona Oeste (439), Leste Metropolitano (409), Centro (115) e Zona Sul (65). O Leste Metropolitano, com 272 baleados no total, concentrou o maior número de mortos (130) e de feridos (142).

Municípios

O Rio de Janeiro, com 1.447 registros, foi o município da região metropolitana com o maior número tiroteios/disparos de arma de fogo durante a quarentena, concentrando 61% do total acumulado no Grande Rio (2.359). São Gonçalo (265), Duque de Caxias (164), Niterói (100) e Belford Roxo (88) completaram o ranking. O Rio de Janeiro também foi o município com o maior número de mortos (142) e de feridos (164).

Bairros

Entre os 5 bairros do Grande Rio com mais tiroteios durante a quarentena estão Vila Kennedy (169), Complexo do Alemão (69), Cidade de Deus (62), Tijuca (62) e Vicente de Carvalho (52).