O biólogo Mauro pretende chamar a atenção do novo governo municipal para a preservação da região - Divulgação
O biólogo Mauro pretende chamar a atenção do novo governo municipal para a preservação da regiãoDivulgação
Por Maria Clara Matturo*

Lutando pela conservação da Baía de Sepetiba e levantando a questão da poluição hídrica industrial nos rios, 78 instituições lançaram o 'Pacto pelo Mar'. Além de ser a única ONG da Zona Oeste a ter um assento na Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa Defensores do Planeta será a primeira organização da região a participar da Conferência Mundial dos Oceanos, em Lisboa, no próximo ano.

O biólogo e diretor executivo da ONG, Mauro Pereira, explica o lançamento da iniciativa e suas motivações. "Queremos, através do pacto, chamar a atenção da futura prefeitura do Rio para esse território, desde Deodoro, Santa Cruz até Sepetiba. Queremos que tenha uma gestão costeira para preservar a Baía de Sepetiba, a APA (Área de Proteção Ambiental) das Brisas, a reserva biológica de Guaratiba e os nossos rios que estão totalmente assoreados. Em pleno 2021 não temos o mínimo de saneamento básico na área".

O 'Pacto pelo Mar' tem como principal objetivo cobrar as políticas públicas, denunciar as situações de poluição e introduzir a comunidade local nos conhecimentos de gestão marinha. "Tudo isso está ancorado nos princípios da agenda 2030, que são as diretrizes da ONU para o desenvolvimento sustentável dos países. No próximo ano, entrará em vigor a década dos oceanos. Em 2017 já levamos para a conferência a questão da Baía de Sepetiba, que é uma área essencial para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do nosso estado, mas infelizmente está abandonada", reforça Mauro.

Neste sábado, o grupo vai começar a campanha rumo à Conferência de Oceanos de Lisboa, promovendo uma ação de limpeza na Baía de Sepetiba. Porém, esse é só o começo. "Nossa proposta é criar um diálogo sobre os oceanos, vamos estar em várias praias e municípios, dialogando com os moradores, pescadores, prefeitos, gestores de meio ambiente e com as escolas", esclarece o biólogo.

Ele afirma que a ideia é não só apresentar a agenda 2030, mas trazer uma reflexão de como é possível implementar a preservação da biodiversidade marinha de uma unidade de conservação de manguezais, fazer uma limpeza de praia, cobrar aos conselhos a implementação de leis específicas para áreas marinhas de preservação e criar um inventário de animais ameaçados de extinção.

A ação, que começará na Zona Oeste, deve seguir pelo litoral nas cidades de Angra dos Reis, Mangaratiba, Macaé, finalizando em Campos dos Goytacazes, em maio do ano que vem. No final das contas, toda a campanha vai resultar em um relatório para ser apresentado na Conferência Mundial de Oceanos de 2020, onde os próprios jovens que estão envolvidos no projeto poderão representar a Zona Oeste em busca de melhorias. Para mais informações, acesse www.defensoresdoplaneta.org.br.

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