Bebê recém-nascido (imagem ilustrativa)Pixabay
Por O Dia
Publicado 15/09/2020 14:02 | Atualizado 15/09/2020 14:16
Rio - Com intuito aprimorar ainda mais a atenção ao recém-nascido na prevenção e abordagem da asfixia perinatal, entidades nacionais se uniram para lançar a campanha “Setembro Verde Esperança” – em prol da conscientização dos riscos, prevenção e tratamento da asfixia perinatal.
Com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o movimento é uma iniciativa do Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros, entidade sem fins lucrativos e liderada por um grupo de profissionais de saúde preocupados com o alto número de bebês que correm o risco de viver com sequelas neurológicas irreparáveis decorrentes da falta de oxigenação no cérebro e nos órgãos durante o nascimento.
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“No mundo, segundo estudos epidemiológicos, a asfixia perinatal atinge mais de 1,1 milhão de bebês por ano. Essa condição ocupa a terceira causa de morte neonatal, 23% da mortalidade de recém-nascidos no mundo inteiro, além de ser a principal causa de lesão cerebral permanente em bebês nascidos a termo. Por isso, essa campanha é de fundamental importância para todos nós pediatras”, ressalta a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva.
No Brasil, em um período de 12 meses, estimam-se que aproximadamente 20 mil crianças nascem com falta de oxigenação. Dessas, seis mil evoluem para o óbito e parte significativa dos sobreviventes tem grande risco de sequelas neurológicas. “O perfil de doenças e mortes na infância mudou drasticamente entre 1990 e 2015. As melhorias das condições sanitárias e nutricionais do País, como o acesso à saúde, com a organização do Sistema Único de Saúde, e o impacto de ações específicas, como a terapia de reidratação oral e estratégias de Imunoprevenção, reduziram as doenças e mortes associadas às causas infectocontagiosas e imunopreveníveis, e trouxeram os problemas neonatais para as principais causas de doenças e mortes nos primeiros 5 anos de vida”, explica a presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP, Dra. Maria Albertina Santiago Rego.

Ela avalia ainda que o Brasil avançou na cobertura do pré-natal, um dos fatores para a redução da asfixia em 49% entre 1990 e 2015, período correspondente às metas do milênio. “Muito ainda precisa ser feito. O desafio atual é investir no cuidado perinatal em rede, integrando a atenção primária à saúde, à atenção ambulatorial especializada e à atenção hospitalar, para responder às demandas clínicas das gestantes de acordo com o risco gestacional e, na vinculação com o parto e nascimento, para assegurar bons resultados à parturiente, mãe e recém-nascido. Só assim poderão ser assegurados o diagnóstico e as intervenções adequadas para prevenir a prematuridade, asfixia e infecções durante a gravidez”, ressalta.