Favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio - Reprodução / TV Globo
Favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do RioReprodução / TV Globo
Por O Dia
Rio - A Polícia Civil deve realizar, ao longo da semana, novas diligências que colaborem nas investigações sobre o estupro coletivo contra uma menor de 14 anos, ocorrido no último dia dia 27 de setembro, no Morro do Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A informação é do delegado Felipe Santoro da Silva, titular da 13ª DP (Ipanema), que conduz as investigações do caso. Os cinco jovens suspeitos do crime já estão presos. Três adultos foram levados para o Complexo de Gericinó. Já os dois adolescentes foram encaminhados para um centro socioeducativo.  
Neste sábado, que marca o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, um levantamento feito pela Polícia Militar, que foi divulgado com exclusividade pela Rede Globo, mostrou que  o número de chamados recebidos pelo Disque Denuncia com informações sobre violência contra a mulher aumentou em cerca de 30% durante a pandemia da covid-19.
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De junho a setembro deste ano, foram quase 6 mil chamados a mais parra o 190 que no mesmo período de 2019. A PM recebeu cerca de 25 mil chamadas sobre casos de violência contra a mulher nos quatro últimos meses. Nesses mesmos meses, no ano passado, quando não tinha a pandemia, foram pouco mais de 19 mil ocorrências.
Por conta do aumento, a polícia acredita que a mulher vitima de agressão ta tendo mais coragem para denunciar. 
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Mesquita e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, são os municípios com maior índice de ocorrências. 
SUSPEITOS ALEGAM CONSENSO EM ESTUPRO 
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Em depoimento à Polícia Civil, nesta sexta-feira (9), os cinco rapazes suspeitos de estuprarem uma adolescente de 14 no Morro do Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último dia 27 de setembro, disseram que o sexo com a menina foi autorizado por ela. Eles afirmaram que estavam em uma festa e que todos bebiam juntos.

Os suspeitos se apresentaram à polícia acompanhados de seus advogados. Há suspeita de que eles tenham sofrido ameaças de traficantes que temiam uma operação na comunidade.

De acordo com o delegado Felipe Santoro da Silva, titular da 13ª DP (Ipanema), que investiga o caso, os presos são Danilo Luiz Cabral de Souza de 19 anos, Dhonathan Moraes de Araújo Clementino e Robert de Souza Brandão Cassiano, ambos de 18 e dois menores de idade, um de 16 e outro de 14 anos. A maioria mora na própria comunidade.

Caso sejam condenados, respondem por estupro de vulnerável.

"Eles dizem que a festa foi planejada, mas o crime, não. Eles afirmam que a vítima foi de maneira espontânea até a laje, onde o caso ocorreu. O que se sabe é que a jovem de fato esteve no local de livre vontade, mas qual era a capacidade física e mental da vítima? vamos apurar tudo isso", disse o delegado.

Ainda segundo o delegado, a vitima estava se sentindo culpada pelo crime. Em depoimento ela contou que conhecia e estava bebendo com o grupo, mas não consegue se lembrar como chegou ao local do estupro.

"Ela diz ter sido dopada", explica delegado Antenor Lopes Martins Junior, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC).