Solange da Conceição, tia de Marco Paulo, uma das vítimas do incêndio do HFB - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Solange da Conceição, tia de Marco Paulo, uma das vítimas do incêndio do HFBReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por Carolina Freitas
Rio - Solange da Conceição Muniz, tia de Marco Paulo Luiz, de 39 anos, a terceira vítima do incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) na manhã desta terça-feira, disse, em vídeo feito pelo repórter fotográfico do DIA, Reginaldo Pimenta, que se tivesse condições, não teria deixado o sobrinho internado na unidade de saúde. Ainda segundo Solange, o rapaz morreu enquanto estava sendo transferido para outro hospital. No momento do incidente, a vítima estava no segundo andar do prédio. A morte de Marco era suspeita de covid-19, após inicialmente ser tratada como pneumonia.
Publicidade
"Eu não sabia que aqui corria risco de incêndio, senão, não traria ele para cá. Eu não saía de Belford Roxo para vir para Bonsucesso. Ele morreu durante a transferência. O andar que pegou fogo foi o que ele estava. A gente ia vir para a visita às 12h e a confusão começou 9h", conta.
Solange ainda relatou que não sabia qual era o problema de Marco e que o caso dele se agravava cada vez mais. "A gente [família] não sabia nem o que que ele tinha. Não tinha exame. Suspeitavam de uma doença, depois viram que não era. Conclusão, na certidão de óbito dele botaram que era pneumonia", afirmou a tia.
Publicidade
Além disso, ela alega a demora do hospital para transferir o sobrinho para o Centro de Terapia Intensiva (CTI). "Ele estava entubado. A pessoa ficou 16 dias entubada esperando uma vaga para o CTI. Não tinha, gente? Transferiram ele só na segunda-feira (26) de tarde. Esse incêndio foi ontem", disse Solange com a voz embargada. 
A reportagem do DIA procurou o hospital para esclarecer a demora na transferência de Marco para o CTI. Não obtivemos retorno até a publicação desta matéria. 
Publicidade
Em nota, o Ministério da Saúde informou que determinou a abertura de sindicância para apurar as causas que levaram ao incêndio. "A prioridade, no momento, é garantir o atendimento em segurança da população, uma vez que as consultas e exames laboratoriais no complexo estão temporariamente suspensos. Para isso, a pasta disponibilizará toda a estrutura de saúde da rede federal do Rio de Janeiro, de forma que não haja prejuízo na assistência", disse.