Rio - Já não é novidade nenhuma que a política no Rio de Janeiro não reserva espaço para amadores. Outra questão que também deixou de ser novidade, é a influência do crime organizado, principalmente dos grupos paramilitares, nas campanhas eleitorais. Segundo o especialista em direito criminal, Leandro Souza, um estudo da Polícia Civil revelou que cerca de 10% dos eleitores estariam impedidos de exercer livremente seus direitos do voto, por conta do tráfico ou milícia.
Um desafio muito difícil, que precisa ser combatido pelos fiscalizadores e promotores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com o apoio dos órgãos de segurança do Estado e do Ministério Público. O presidente do TRE, Desembargador Cláudio Brandão de Oliveira, promete intensificar as ações deste ano.
Em agosto, o então subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório revelando que um a cada sete pontos de votação no estado está localizado em regiões dominadas por criminosos. Um numero, segundo o órgão, equivalente à 13,6% das zonas eleitorais do Estado.
"É algo muito grave e recorrente, principalmente aqui no Rio de Janeiro, onde o próprio TSE já foi informado que aproximadamente 10% dos eleitores sofre esse tipo de influência em determinadas regiões. Além disso, há indícios de financiamento de certos candidatos para que essas quadrilhas tenham seus representantes em espaços no governo. Acredito que o TSE vai precisar intensificar a fiscalização quanto aos novos candidatos e garantir que os eleitores exerçam seu poder de voto como está garantido na Constituição Federal", diz o jurista Leandro Souza.
A advogada Rita Nascimento diz que a influência das organizações criminosas nas eleições está longe de acabar.
"É um problema antigo, com tendências de pioramento crescente. Isso não melhorou em nada no Rio. Basta verificar as últimas eleições e a quantidade de agentes públicos que estão sofrendo inquéritos policiais ou sendo presos. Muitos sendo investigados por fazer parte de grupos paramilitares"
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