Família conta que desde novo adolescente gostava de cantar na igreja Arquivo Pessoal
Por Yuri Eiras e Lucas Cardoso
Publicado 10/10/2020 15:17
Rio - O adolescente Leônidas de Oliveira, de 12 anos, baleado e morto, ontem, em troca de tiros na Avenida Brasil será enterrado neste domingo, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Familiares do adolescente estiveram neste sábado no Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para o reconhecimento do corpo. O sepultamento está marcado para às 14h. 
Leônidas foi atingido por um tiro na cabeça quando acompanhava a avó em um supermercado que fica às margens da Avenida Brasil, na altura da passarela 9, na Nova Holanda. Segundo a tia do menino, Leonice, ele era uma criança ativa e muito ligado a avó, a quem ele chamava como "mãe".
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A família é da igreja, principalmente a avó, que o criou, e a tia, que canta em corais. Ele dizia que tinha o sonho de cantar com ela quando crescesse. Em uma imagem, Leônidas participa de uma celebração com um microfone na mão. 
"A gente pensou que era uma perna quebrada, uma queda, qualquer coisa. Mas ele tinha tomado um tiro. Tinha 12 anos mas uma criança inocente, pura, simples, que se divertia com um caminhãozinho e usava um celular para ouvir músicas da igreja", conta a tia do menino, que também ajudava a criá-lo. 
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Segundo relato de testemunhas no local, após uma troca de tiros entre dois veículos o jovem teria sido atingido por um disparo. Ele chegou a ser levado para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), mas não resistiu aos ferimentos. 
A família questiona a negligência da polícia no socorro ao adolescente. De acordo com eles, havia uma viatura perto do local. A demora no transporte de Leônidas à emergência do HFB pode der agravado o trauma sofrido pelo disparo. "Ela pediu para eles socorrerem. Agonizando meia hora no chão. Só levaram ele quando todos que estavam perto começaram a gritar e reclamar. Quando chegou lá o médico disse que o cérebro dele já estava cheio de sangue", disse Leonice.
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Vítimas da violência
De acordo com a ONG Rio de Paz, com Leônidas, chega a dez o número de crianças vítimas de disparos de arma de fogo no Estado. A última vítima foi Maria Alice, de 4 anos, baleada em um confronto entre bandidos em Três Rios, no Vale do Paraíba, no dia 3 de julho. Ela chegou a ser internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas não sobreviveu.