13/10/2020 - Problemas nas estações do BRT. Na foto, a estação Vila Kosmos, fechada. Foto: Estefan radovicz / Agência O Dia BylineEstefan radovicz / Agência O Di
Por Luísa Bertola*
Publicado 14/10/2020 03:00 | Atualizado 14/10/2020 07:45
Rio - O cenário é de destruição e abandono. Há acúmulo de lixo, ferrugem e marcas de depredações por toda a parte. Este é o panorama da estação Vila Kosmos, do BRT Transcarioca, uma das 54 do corredor expresso que estão interditadas por conta de atos de vandalismo e furtos. Uma reforma prometida em agosto pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) não veio e impacta diretamente milhares de cariocas que utilizam o transporte. O DIA acompanhou o trabalho de um funcionário da empresa no local, que fazia a manutenção retirando a sujeira, enquanto as obras não acontecem.
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De acordo com a concessionária, o número total de estações fechadas é o resultado da soma de 32 estações interditadas por conta de atos de vandalismo e furto de equipamentos e mais 21 estações em razão da violência e depredação constante - 20 localizadas no eixo da Cesário de Melo e a estação Otaviano, no corredor Transcarioca - além da estação Interlagos, no Transoeste, fechada em setembro por conta do acidente envolvendo um modal, que invadiu o local.
O problema afeta o dia a dia dos passageiros, como o porteiro Fábio de Souza Rodrigues, de 39 anos. Ele relatou que a estação Vila Kosmos está fechada há mais de seis meses e os moradores precisam andar a pé até a estação Vicente de Carvalho.
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"Já faz mais de seis meses que a estação de BRT Vila Kosmos está fechada. A explicação da concessionária foi que devido a pandemia da covid-19 e com o pouco movimento de usuários seria melhor fechar algumas estações temporariamente. Nesse período a estação Vila Kosmos foi totalmente vandalizada e até agora nenhum sinal de reforma. Para nós moradores é terrível pois temos que andar a pé até estação de Vicente de Carvalho", relatou Fábio.
Na estação Cardoso de Moraes, em Olaria, a cena se repete. Portas quebradas, pedaços de vidro espalhados pelo chão, lixo acumulado e ambiente totalmente depredado. O BRT informou que essa é uma das 32 estações que permanecem fechadas e ainda sem previsão de reabertura.
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Em agosto, o BRT anunciou a reforma de 21 estações que sofreram atos de vandalismo após uma cobrança da prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Transporte. Em algumas delas, como o caso de Vila Kosmos e Olaria, não há precisão para o início das obras.
No corredor Transoeste, permanecem fechadas as estações Riomar, General Olímpio, Cajueiros, Vendas de Varanda, Embrapa, Dom Bosco, Recanto das Garças, Guiomar Novaes, Nova Barra, Benvindo de Novaes, Guignard, Gelson Fonseca e Golfe Olímpico.
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No corredor Transolímpica as estações Catedral do Recreio, Tapebuias, Outeiro Santo e Minha Praia também estão interditadas. Já no corredor Transcarioca são elas: Praça do Bandolim, Recanto das Palmeiras, André Rocha, Pinto Teles, Vila Queiroz, Marambaia, Vila Kosmos, Praça do Carmo, Ibiapina, Guaporé, Cardoso de Moraes, Olaria, Pedro Taques, Divina Providência e Arroio Pavuna.  
A concessionária informou que no corredor Transoeste a estação Santa Mônica Jardins, Barra Shopping (Parados), Bosque da Barra e Parque das Rosas foram reformadas. Já as estações Riomar, General Olímpio, Cajueiros, Vendas de Varanda, Embrapa, Dom Bosco, Recanto das Garças, Guiomar Novaes, Nova Barra, Benvindo de Novaes, Guignard, Gelson Fonseca, Golfe Olímpico seguem fechadas.

O total de ocorrências de furtos de equipamentos de janeiro a setembro de 2020, conforme a empresa, foi de 568 e aumentou em comparação, ao mesmo período do ano interior, que foi de 354. Ainda segundo o BRT, normalmente a prática do furto vem precedida também de um ato de vandalismo. Os criminosos costumam depredar as estações para roubar cabos elétricos e outros itens como perfis de alumínio, bebedouros e fitas de led, além de vandalizar catracas, bilheterias e vidros.
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A equipe do DIA também esteve na estação Rede Sarah, do corredor Transcarioca, reformada e entregue no dia 23 de setembro. A estação segue funcionando perfeitamente, mas alguns usuários do transporte insistem em não sair pela porta principal, forçando o motor da porta automática lateral. A porta dos fundos permanece fechada e com isso os usuários forçam o vidro da estação para sair pela lateral da plataforma.
Nas mesmas imagens, um camelô também esperou o articulado sair para entrar dentro da estação pelo lado de fora. Dois passageiros foram abordados pela equipe de reportagem e afirmaram que o serviço estava funcionando bem, mas preferiram não dar entrevista.
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A estação Rede Sarah foi reaberta após cinco meses fora de operação. De acordo com a concessionária, a estação estava totalmente depredada, e mesmo durante as obras a estação foi furtada duas vezes, o que adiou a conclusão da reforma. No reparo também foram necessárias reformas na bilheteria e instalação de novas catracas.
Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes informou que lamenta e acompanha os episódios de vandalismo e a consequente reforma das mais de 20 estações atingidas do BRT, ao tempo em que os casos sejam recorrentes e acabem por atrasar os trabalhos de recuperação que estão sendo empreendidos. Até o momento, 23 estações já foram reformadas e devolvidas à população, como Santa Eugênia, Novo Leblon, Riviera, Mercadão, Rede Sarah, Penha 1, Penha 2 e Curicica.

"A iniciativa para a restauração dos equipamentos do BRT Rio é louvável e está alinhada às diretrizes da SMTR no sentido de proporcionar melhores condições e conforto para os usuários do modal", informou a SMTR.

"É importante destacar a importância da cooperação dos usuários para manter o bom estado das estações e terminais. Se os equipamentos não forem usados de forma responsável e consciente, os passageiros poderão ser afetados pela suspensão dos serviços para a necessária reforma do local", afirmou a secretaria.
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*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes