Mais de R$ 1 bilhão em pagamentos para a compra de armas de fogo. Esse foi o valor gasto por organizações criminosas no Estado do Rio, ligadas ao tráfico de drogas ou grupos de milícia, nos últimos quatro anos, para fortalecer seu arsenal de guerra, de acordo com um levantamento obtido pelo DIA com a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).
Peças de fuzis compradas separadamente e desmontadas, oriundas dos Estados Unidos, China e Taiwan, são os preferidos dos criminosos, segundo a especializada. As investigações apontam que traficantes de grandes comunidades da Zona Norte do Rio são os que mais fazem transações financeiras ilegais para adquirir armamentos e burlar a fiscalização.
O cálculo para saber quanto os criminosos já gastaram com armas foi feito em cima de apreensões e estimativas de fuzis nas favelas.
"Os Complexos da Maré, do Alemão e da Penha são os que tem a maior concentração de fuzis, com cerca de 300 a 400 fuzis em cada região", disse o delegado Marcus Vinicius Amim, titular da Desarme, citando complexos da Zona Norte.
Amim explica que a estimativa da quantidade de fuzis por comunidade é feita a partir de apreensões e dados de inteligência sobre a quantidade de pontos de venda de drogas. Além disso, também foi levado em conta o número de traficantes que exercem a função de liderança e seus seguranças, e se a área é alvo constante de ataques de facções rivais.
Segundo a especializada, a maioria desses fuzis não são originais. Traficantes estariam dando preferência em comprar fuzis desmontados, apelidados pela polícia de Frankstein, que custam, em média, 50% a menos.
"Um fuzil que seria R$ 40 mil, R$ 50 mil, acaba saindo a R$ 15 mil, R$ 20 mil. São peças compradas separadas e, depois, montadas. Não possuem a mesma qualidade de um original, mas ainda é um fuzil. Os fuzis de traficantes e milicianos também têm muita rotatividade, são apreendidos constantemente, só no ano passado tiveram 504 fuzis apreendidos", esclareceu Amim.
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