Publicado 27/10/2020 22:08 | Atualizado 27/10/2020 22:54
Rio - Morreu, no fim da noite desta terça-feira, a terceira vítima do incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, durante a manhã. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde. A vítima era um homem de 39 anos, mas ainda não há informações sobre as circunstâncias de sua morte. Também faleceram uma senhora de 83 anos, ainda não identificada, que estava internada com covid-19 e em estado grave no CTI coronariano. Mais cedo, Núbia da Silva Rodrigues, 42 anos, também paciente da doença, morreu durante o processo de transferência para outro hospital. O estado dela era gravíssimo.
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A assessoria do Hospital Federal de Bonsucesso informou, na noite desta terça-feira, que todo o prédio será evacuado e os pacientes serão transferidos para outras unidades do estado do Rio, de acordo com a disponibilidade que será apontada pela Central de Regulação do Município. Ao todo, 289 pacientes estavam internados na unidade, 143 já foram transferidos e outros 144 ainda serão levados para outros hospitais
Segundo a assessoria, a recomendação para a transferência de todos os pacientes partiu do Corpo de Bombeiros, por conta do volume de fumaça, cheiro forte e da combustão ainda não controlada. Outra questão, é que o subsolo, onde o incêndio começou, é interligado aos outros seis prédios, podendo apresentar riscos aos pacientes.
O trabalho de rescaldo ficou prejudicado porque o prédio onde aconteceu o incêndio está sem energia elétrica. Foi preciso colocar um gerador para iluminar o prédio para que os bombeiros pudessem continuar o trabalho.
Bebês que estão no berçário e na UTI serão levados pela ambulância do programa Cegonha Carioca.
O trabalho de rescaldo ficou prejudicado porque o prédio onde aconteceu o incêndio está sem energia elétrica. Foi preciso colocar um gerador para iluminar o prédio para que os bombeiros pudessem continuar o trabalho.
Bebês que estão no berçário e na UTI serão levados pela ambulância do programa Cegonha Carioca.
Para especialista, incêndios de Bonsucesso e Badim têm similaridades
Em agosto de 2019, o incêndio de grandes proporções no Hospital Badim, na Tijuca, trouxe profunda dor e aflição para familiares e pacientes, deixando 23 mortos. Mais de um ano depois, a comoção em escala nacional retorna com o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, referência para o tratamento da covid-19, que deixou dois mortos, segundo a última atualização. As tragédias, separadas pelo tempo, possuem muitas similaridades, segundo especialista em prevenção e combate a incêndios.
Wesley Pinheiro conta que os dois incêndios começaram no subsolo onde, em estruturas prediais mais antigas, estão localizados geradores de energia e almoxarifados, uma combinação muito volátil quando não há a devida proteção. Apesar do alarme referente às chamas, o treinador de brigadas de incêndio alerta para o principal perigo: a fumaça.
"Quando a fumaça sai da cobertura de um prédio, o calor não atinge os andares inferiores, mas, de baixo para cima, tem tudo para dar errado porque ela sobe com velocidade, elimina a fissão, causa queimaduras. Pelas estatísticas NSTA, órgão dos Estados Unidos, 80% da causa de morte de pessoas em incêndios é a fumaça", destaca.
Wesley Pinheiro conta que os dois incêndios começaram no subsolo onde, em estruturas prediais mais antigas, estão localizados geradores de energia e almoxarifados, uma combinação muito volátil quando não há a devida proteção. Apesar do alarme referente às chamas, o treinador de brigadas de incêndio alerta para o principal perigo: a fumaça.
"Quando a fumaça sai da cobertura de um prédio, o calor não atinge os andares inferiores, mas, de baixo para cima, tem tudo para dar errado porque ela sobe com velocidade, elimina a fissão, causa queimaduras. Pelas estatísticas NSTA, órgão dos Estados Unidos, 80% da causa de morte de pessoas em incêndios é a fumaça", destaca.
Somando-se ao alarde da fumaça, o Hospital de Bonsucesso ainda não tem o documento de vistoria do Corpo de Bombeiros, e para Wesley, isso significa um sinal de portas interditadas. "Primeiro, tem que ser emitido o certificado de aprovação, o CA. Uma edificação sem isso não era para estar funcionando, não tem fiscalização", afirma. Ainda segundo ele, a corporação poderia ter sido mais incisiva no pedido de fechamento do hospital.
Estrutura bem preparada
Para garantir toda a segurança e comodidade aos pacientes, funcionários e visitantes dos hospitais, o especialista recomenda que os prédios respeitem algumas determinações caso usem o subsolo, como ter lajes e portas corta-fogo para evitar o alastramento do fogo. Dentro da estrutura, o cabeamento e a tubulação devem ser vedados, além da instalação de exaustor e ventiladores para tirar o ar impuro do ambiente.
Estrutura bem preparada
Para garantir toda a segurança e comodidade aos pacientes, funcionários e visitantes dos hospitais, o especialista recomenda que os prédios respeitem algumas determinações caso usem o subsolo, como ter lajes e portas corta-fogo para evitar o alastramento do fogo. Dentro da estrutura, o cabeamento e a tubulação devem ser vedados, além da instalação de exaustor e ventiladores para tirar o ar impuro do ambiente.
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