Passageiros se queixaram do desaparecimento de linhas de ônibus Luciano Belford
Por Yuri Eiras
Publicado 30/10/2020 16:36
Rio - O sacolejo não é à toa: cariocas viajam todos os dias em ônibus cada vez mais velhos. A situação é apontada pelo próprio sindicato das empresas de ônibus da cidade, o Rio Ônibus. Até 2016, cerca de 1.250 novos veículos eram colocados nas ruas todos os anos pelas empresas. Nos últimos 12 meses, entretanto, apenas 236 foram adquiridos. O recorte durante a pandemia é ainda pior: praticamente nenhum ônibus novo foi colocado na rua no período. Quem paga o pato é a população, que se segura para não cair.
"A idade média da frota era de 3,22 anos em 2011. Agora, em setembro de 2020, a média mudou para seis anos cada ônibus. Dobrou pela necessidade, por conta da frota envelhecida", afirma Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus. O argumento dos empresários é de que o congelamento das tarifas de ônibus e as gratuidades sem custeio dificultam a arrecadação. A crise foi acentuada com a queda em 45% no número de passageiros transportados, reflexo da pandemia.
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"As pessoas estão trabalhando de casa, pedindo comida, saindo menos. Apesa da economia toda praticamente funcionando, esse novo normal nos deixou com uma queda no número de passageiros. É uma redução na nossa arrecadação média, que caiu R$ 100 milhões no município do Rio", reclama Valente.
 
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Procurada, a secretaria municipal de Transportes informou, via nota, que "a vida útil dos ônibus que operam no município varia de acordo com o tipo, sendo: 10 anos para microônibus; 12 anos para ônibus convencional sem ar-condicionado; 13 anos para o convencional com ar-condicionado e 14 anos para o tipo rodoviário (frescão). Cabe destacar que, atualmente, todos os coletivos cadastrados na SMTR estão circulando dentro da vida útil prevista, sendo a idade média dos ônibus cadastrados no sistema de 5,84 anos".

Sobre um possível debate para solucionar os problemas enfrentados pelas empresas, a pasta disse que "compreende que o setor de transportes foi seriamente afetado pela pandemia, não só no Rio como em outra grandes capitais, e está avaliando alternativas para minimizar os impactos, consultando diversos órgãos, inclusive, acompanhando a tramitação do projeto para eventual apoio ao setor por parte do governo federal Também é importante deixar claro que sempre manteve diálogo aberto com os consórcios, contribuindo para a manutenção dos serviços e para promover melhorias na operação do transporte público em prol do cidadão carioca".