Pardais escondidos - Márcio Moura
Pardais escondidosMárcio Moura
Por O Dia
Rio - Após entrar em vigor, no início deste mês, a resolução do Denatran 798 que determina que pardais e lombadas eletrônicas não podem ficar em locais de difícil visualização, houve um aumento no número de reclamações na página da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio. O deputado Dionísio Lins (Progressista), que está ciente das reclamações dos motoristas sobre equipamentos escondidos, vai encaminhar ofício a presidência do Ipem pedindo a relação de endereço de todos os equipamentos instalados no estado.

"Temos informações de motoristas da existência de equipamento na Rua Comendador Siqueira, em Jacarepaguá, escondido atrás de árvores e postes. Já na Estrada do Catonho, próximo a um motel, existem pardais instalados em uma distância mínima de 100m de um para outro no mesmo lado da via; ou seja, você reduz para a velocidade permitida que é de 60km e quando volta a acelerar é autuado pelo pardal seguinte, uma verdadeira pegadinha. Houve algum estudo técnico para que esses equipamentos fossem instalados dessa maneira", disse o deputado e presidente da Comissão de Transportes Dionísio Lins.

Dionísio também pediu ao Ipem o número de empresas que participaram da licitação, cópia do contrato com as empresas proprietárias dos equipamentos, se elas recebem porcentagem em relação às multas aplicadas, os critérios adotados para a efetivação dessas empresas e a data de aferição de cada equipamento para saber se estão dentro da validade.

O deputado ainda lembra que alguns equipamentos estão em áreas consideradas de risco, o que segundo ele seria um perigo para motoristas. Para Dionísio, investir em campanhas para educação no trânsito é mais importante do que lombadas e pardais. Para se ter uma idéia, somente em 2018 a arrecadação com multas de trânsito e com radares foi de cerca de R$ 244 milhões, sendo considerado o maior valor arrecadado desde a criação do Código de Trânsito Brasileiro.

"Não queremos incentivar o desrespeito às leis de trânsito como o excesso de velocidade e o avanço de sinal, mas sim evitar o surgimento de novos equipamentos da noite para o dia. Além disso é preciso que se esclareça para onde vai toda essa arrecadação, já que o Código de Trânsito determina que a receita com multas seja aplicada exclusivamente em sinalização, policiamento, engenharia de tráfego, fiscalização e educação no trânsito", completou.
Até o momento, o Ipem não se pronunciou ou respondeu o contato da reportagem.
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