Residência de um empresário alvo da Operação Armadeira 2, na Barra da Tijuca/RJ - Reprodução PF
Residência de um empresário alvo da Operação Armadeira 2, na Barra da Tijuca/RJReprodução PF
Por O Dia
Rio - O Ministério Público Federal (MPF) realiza nesta quarta-feira (18), em conjunto com a Polícia Federal (PF), a Corregedoria da Receita Federal e o Escritório de Pesquisa e Investigação da Receita Federal (ESPEI), a operação Armadeira 2.
As ações são o desdobramento de uma operação deflagrada em outubro de 2019 com o mesmo nome e cujo objetivo foi desarticular esquema criminoso de arrecadação de propina no âmbito das fiscalizações fazendárias federais no Estado do Rio de Janeiro.
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Nesta quarta, a ação conta com a participação de aproximadamente 150 policiais federais, divididos em 32 equipes, que dão cumprimento a 46 mandados de busca e apreensão na capital do estado e nas cidades de Nova Iguaçu, Niterói, Silva Jardim e Teresópolis.
A Receita Federal diz que a força-tarefa identificou, a partir do material apreendido na primeira fase, com a colaboração premiada de um auditor-fiscal e com novas diligências, "um complexo arranjo que buscava reduzir a cobrança de tributos devidos ou blindar empresas de fiscalizações".
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Os investigados podem responder por concussão, corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com o MPF, um dos auditores-fiscais investigados na primeira fase detalhou funcionamento do esquema de arrecadação de propina dentro da Superintendência da Receita Federal na 7ª Região Fiscal. Ele revelou "diversas ramificações" e apontou "a participação de servidores federais que ocupam postos estratégicos na Receita".
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Supermercados 
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Entre os alvos da operação Armadeira 2, estão empresas de cigarros e bebidas, além de duas grandes redes de supermercados que se beneficiaram do esquema por serem objeto de fiscalização da Receita Federal pela suspeita de compra de notas frias para obtenção ilícita de créditos tributários, com consequente redução de pagamentos de impostos.
Uma das redes contava com a intermediação de um auditor-fiscal aposentado que presta assessoria ao grupo, com indícios de pagamento de propina desde 2007. A outra rede, com um contador que, de acordo com as investigações, possui íntima relação com Auditores-Fiscais integrantes do esquema.
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Em razão dos fortes indícios da prática de atos de corrupção e de lavagem de dinheiro, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens dos investigados no montante total de R$ 519.851.578,24. E, em relação aos auditores-fiscais na ativa, determinou o imediato afastamento do cargo, como forma de acautelamento da ordem pública, evitando o prolongamento do pernicioso esquema enraizado no âmbito do Órgão Fazendário Nacional no Rio de Janeiro.