Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anos - Reprodução/ Facebook
Bernardo Marins relata racismo em dia que completou 20 anosReprodução/ Facebook
Por O Dia
Rio - Um gerente e um segurança do hipermercado Extra, em São Gonçalo, foram indiciados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) pelo crime de racismo. Os dois são acusados de seguir e ofender com palavras alusivas à cor da pele de um cliente do mercado, em agosto deste ano
Na ocasião, o cliente, negro, identificado como Bernardo Marins, foi seguido pelo segurança dentro do mercado e xingado em seguida. Ao reclamar do fato com o gerente, ele não obteve atenção e ainda foi informado que o segurança havia "marcado a cara da vítima". Na época, os dois funcionários foram demitidos. 
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Entenda o caso
O estudante de Gastronomia Bernardo Marins denunciou que foi perseguido por um segurança enquanto fazia compras no hipermercado Extra em Alcântara, São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, no dia 24 de agosto, quando completou 20 anos. O confeiteiro relatou que comprava ingredientes para fazer seu bolo de aniversário.
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"Assim que eu entrei, o segurança começou a me seguir, parou no corredor em que eu estava e começou a passar o rádio pedindo para verem na câmeras se eu tinha colocado alguma coisa dentro da minha bolsa. Me dirigi até o caixa e vi ele indo atrás de mim. Depois de ter pago, pedi para chamarem o gerente para falar do ocorrido, foi então que o segurança veio gritando no rádio: 'Vê se ele colocou algo no bolso porque o bolso dele tá cheio'. Sim, meu bolso estava com volume porque eu estava cheio de moedas", diz Bernardo em seu relato à época.
O jovem contou que o gerente da unidade negou que houve racismo no caso. "Ele falou que o segurança só estava andando pelo mercado e que não era comigo. Fiquei indignado pois o gerente era pior que o segurança e resolvi ir embora. Saindo do mercado, o segurança veio atrás de mim e me chamou de 'ladrãozinho." Bernardo disse ainda que os dois discutiram depois que o estudante questionou o funcionário pela acusação sem provas.
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"Ficamos no bate-boca até que ele me perguntou se eu achava q ele era cego. Fui ao gerente e pedi para me revistarem e não quiseram. Em todo o momento o segurança falava alto no rádio pra todo mundo ouvir. Todos ficaram pensando que eu era ladrão . Foi a pior humilhação que eu já passei na vida. Nós negros vivemos isso todos os dias", finalizou.