Angra dos Reis: traficantes adotam práticas de milicianos - Reprodução / Internet
Angra dos Reis: traficantes adotam práticas de milicianosReprodução / Internet
Por Bruna Fantti
Rio -- Em Angra dos Reis, desde o início do mês, traficantes do Comando Vermelho passaram a obrigar moradores a utilizar a chamada internet do tráfico. Relatos passados à Polícia Civil, aos quais a reportagem
teve acesso, mostram que os criminosos passaram a arrancar os cabos de empresas legalizadas e instalar os de uma prestadora inapta. Com o dinheiro, compram mais drogas e armas.
A adoção de táticas de milicianos por traficantes na Costa Verde é o tema do quinto capítulo da série sobre Narcomilícia do O DIA. 
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Relato anônimo feito por morador, passado à delegacia, mostra como a internet está sendo monopolizada por traficantes - Reprodução
Relato anônimo feito por morador, passado à delegacia, mostra como a internet está sendo monopolizada por traficantesReprodução
As investigações apontam que criminosos das comunidades Areal, Morro do Carmo, Caixa D’água e Santo Antônio fizeram uma parceria com uma empresa que atua em Itaguaí, na Baixada Fluminense. O dono da empresa já é investigado por associação criminosa com milicianos coordenados por Wellington Braga, o Ecko,
considerado o chefe da maior milícia do Estado. Parte do pagamento dos moradores pelo serviço é repassada ao tráfico.
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“A maior dificuldade no crime da prática de milícia, que vem sendo adotada por traficantes em Angra é o denunciante formalizar a denúncia. Há muita intimidação e medo”, afirmou o delegado Vilson de Almeida, titular da delegacia do município.
Isso ficou claro enquanto o delegado investigava extorsão por parte dos mesmos criminosos a comerciantes. Após denúncias de que havia pagamento de taxa de R$3 mil mensais ao tráfico, além da entrega de cestas básicas aos traficantes, representantes do comércio foram chamados a depor. Um deles, visivelmente com medo, declarou que “se tratava de doações aos meninos”.