Comerciante vítima de bala perdida é enterrado em Nova Iguaçu 
 - Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
Comerciante vítima de bala perdida é enterrado em Nova Iguaçu Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - O corpo do comerciante vítima de uma bala perdida, neste domingo, foi sepultado na tarde desta segunda-feira, no Cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De acordo com relatos, José Ignacio Pereira era dono de um trailer e estava trabalhando quando foi atingido pelos disparos no Jardim Ambaí, na região de Miguel Couto, em Nova Iguaçu.
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Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte do comerciante. "Conheço a família dele todo mundo gente boa complicado", escreveu um internauta. "Foi aqui na esquina da minha casa que o cara morreu. O ônibus foi queimado depois e, uns 20 minutos daqui de onde o cara foi baleado. Um inocente que tinha um trailer. Que Deus aqueça o coração dessa família", postou outra moradora da região.
Além dele, um homem de 48 anos, motorista de ônibus - que foi incendiado por criminosos - sofreu queimaduras de segundo grau nas pernas e braços e precisou passar por procedimento cirúrgico. Ele segue internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu e segue estável, recebendo tratamento, como informado pela Prefeitura do município, nesta segunda-feira.
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Em nota, a Fetranspor repudiou o ataque criminoso. Veja a nota na íntegra:
"A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) vem a público para repudiar o ataque sofrido por um motorista de ônibus, enquanto trabalhava na linha Nova Iguaçu x Miguel Couto, no sábado à noite (29/12), na Estrada do Ambaí. O grupo, em protesto alheio à operação rodoviária, incendiou o coletivo da Viação Mirante e não deixou o profissional desembarcar. Ele teve 27% do corpo queimado e encontra-se hospitalizado. Os passageiros conseguiram descer a tempo.
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Este foi o quarto caso na Baixada Fluminense em um intervalo de um mês. As chamas conseguiram ser controladas e o veículo foi incendiado parcialmente. Assim, sobe para 217 o número de ônibus incendiados no Estado do Rio desde 2016, sendo nove deles ao longo do ano de 2020. Do total, apenas 11 veículos foram recuperados e retornaram à operação; 42% eram climatizados. O custo de reposição chega a R$ 92,7 milhões, recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do transporte público com a renovação da frota.
A população é a mais prejudicada com a redução da oferta de transportes. Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição de um veículo no sistema. É importante lembrar, no entanto, que a inexistência de seguro para este tipo de sinistro e a crise econômica do setor, que tem feito as empresas perderem a capacidade de investimento em renovação da frota, tornaram completamente inviável a reposição de ônibus incendiados".