Publicado 09/12/2020 17:14
Rio – O governador em exercício, Claudio Castro, determinou na tarde desta quarta-feira, a exoneração da porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Gabryela Dantas. Na noite desta terça-feira, a porta-voz apareceu em um vídeo fazendo ataques a um jornalista do grupo Globo/Extra.
No fim da tarde desta quarta-feira, a Polícia Militar voltou a se posicionar. Em nota, disse que está, constantemente, sob avaliação crítica de setores da sociedade, como a imprensa e que acolhe críticas construtivas. "Todos devem buscar o equilíbrio em sua forma de atuação e evoluir para prestar melhores serviços à sociedade. Mas é necessário entender que ela é formada por homens e mulheres que se sentem atingidos quando as respostas a essas críticas não são acolhidas na sua integralidade", diz um trecho.
"A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro esclarece que, ao personalizar esse descontentamento em um repórter, ultrapassou um limite que feriu o equilíbrio de sua atuação. Reconhecemos o valor da liberdade de imprensa. O dever da Polícia Militar é proteger o cidadão e preservar vidas. De todos. Vamos seguir nesta missão", afirma.
"A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro esclarece que, ao personalizar esse descontentamento em um repórter, ultrapassou um limite que feriu o equilíbrio de sua atuação. Reconhecemos o valor da liberdade de imprensa. O dever da Polícia Militar é proteger o cidadão e preservar vidas. De todos. Vamos seguir nesta missão", afirma.
Apesar de ser exonerada, a policial segue no quadro de oficiais da Corporação. O vídeo, que foi publicado na conta oficial da Secretaria de Polícia Militar no Twitter, foi retirado por volta das 16h40 desta quarta-feira. Nas imagens, a então porta-voz afirmava que a PM foi surpreendida com uma "matéria mentirosa" e que "de forma maldosa, dá a entender que houve aumento de consumo de munição por um batalhão da PM" possivelmente envolvido na morte das primas Rebeca e Emily, na sexta-feira (4), em Duque de Caxias.
Entidades de classe e órgãos que atuam em defesa da liberdade de expressão manifestaram repúdio à atitude da policial militar e pediram providências. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
"A convocação para divulgar de forma massiva o vídeo teve efeito imediato. Em menos de uma hora, Rafael Soares foi obrigado a fechar suas redes sociais devido a centenas de notificações de ofensas, inclusive pedindo a prisão dele. O linchamento virtual continuou nas últimas horas. A Abraji manifesta solidariedade a Rafael Soares. A incitação da população contra o jornalista mostra não só falta de respeito à liberdade de imprensa, mas claro objetivo de intimidar o repórter", afirma em nota.
Já a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse, em nota assinada pelo presidente Paulo Jeronimo de Souza, que se solidariza com o repórter, "e denuncia o comportamento da porta-voz da PM como mais uma tentativa de inibir e intimidar a imprensa".
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