Publicado 10/12/2020 11:53 | Atualizado 11/12/2020 17:26
SÃO GONÇALO - O temporal que assolou a região metropolitana do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (10), causou alagamentos, queda de muros e desabamentos de casas com uma morte registrada na cidade de São Gonçalo. Uma criança de um ano de idade morreu soterrada após o desabamento da casa onde morava com a família no bairro Paraíso.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 0h03, na Travessa Sebastião Lessa, na Comunidade do Feijão. Ao chegarem ao local, o bebê já foi encontrado morto. A criança foi identificada como Enzo Gabriel, de um ano e sete meses. Os trabalhos dos bombeiros no local terminaram por volta das 5h30.
O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, de acordo com informações dos Bombeiros. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social está prestando apoio à família. Só naquela comunidade onde Enzo faleceu, quatro casas desabaram e nove estão interditadas pela Defesa Civil. Vizinhos se mobilizaram para abrigar os moradores desses imóveis.
"Passamos uma noite de terror nessa madrugada. Tiramos o pai, a mãe, a menina, mas infelizmente não conseguimos tirar o Enzo, que ficou soterrado e só foi possível tirá-lo com a chegada do bombeiro. A nossa família está muito triste. Nós e muitas pessoas perderam casa. Estou indo agora levar um pouquinho do que me restou, que foi quase nada, somente as roupas, para a residência de amigos e de parentes que abriram as portas para nos ajudar", disse Paulo César, vizinho e primo de Enzo Gabriel, que também perdeu a casa no desabamento.
"Foi tudo muito rápido, corremos para tirá-lo, mas tudo desabou em cima dele", lamentou José Augusto de Souza, avô do menino. "Tentamos ajudar de todas as formas, mas não foi possível, infelizmente", desabafa o vizinho Paulo César Souza.
Chama a atenção o grande volume de lixo acumulado nas encostas e a inexistência de rede de drenagem, fatores que dificultam o escoamento da água pluviais e agravam o risco de deslizamento. Parte da cidade ficou sem luz durante toda a manhã, incluindo a sede da Prefeitura.
Nove casas precisaram ser interditadas na Comunidade do Feijão. Representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Infância e Adolescência (SMDSIA) estiveram no local onde realizaram o cadastro social e o trabalho de conscientização, alertando os moradores que tiveram suas residências interditadas, quanto ao risco de permanecerem no local. Foi feita a oferta de abrigo e eles não aceitaram, alegando que seriam acolhidos em casas de familiares e amigos.
Até o momento, segundo a Defesa Civil, foram registradas 10 ocorrências por causada chuva forte: o desabamento com óbito na Comunidade do Feijão; três quedas de muro, nos bairros Porto Velho, Tribobó e Covanca; três alagamentos nos bairros Venda da Cruz, Gradim e Neves; risco de queda de árvore no Vila Lage; deslizamento de terra no bairro Santa Catarina; e risco de desabamento no Pita.
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