Maternidade possível: ovodoação aumenta as chances de engravidarDIVULGAÇÃO
Por O Dia
Publicado 11/12/2020 00:00

O estímulo à prática da doação pode significar uma esperança para uma enorme quantidade de mulheres que enfrentam dificuldade de engravidar com seus próprios óvulos. Quando a mulher nasce, ela tem cerca de dois milhões de óvulos. Na puberdade, esse número já cai para algo em torno de 300 a 400 mil, diminuindo com o tempo. A partir dos 35 anos, a reserva de óvulos reduz ainda de forma mais acentuada, até cessar totalmente na menopausa.

"É recomendado que todas as mulheres jovens façam uma avaliação de sua reserva ovariana. Esse rastreio pode significar a diferença entre conseguir engravidar futuramente com óvulos próprios e não doados", explica Roberto de Azevedo Antunes, da clínica Fertipraxis de Reprodução Humana, na Barra.

A Fertilização In Vitro com óvulos de uma mulher jovem é o procedimento indicado quando não há mais condições para uma mulher de utilizar os seus próprios. "É uma situação delicada entender e aceitar esta limitação temporal. Mas, ao mesmo tempo, é a oportunidade de realizar o sonho da constituição da família quando a natureza estabeleceu um limite fisiológico. Nesta situação, recorremos a um banco de óvulos", afirma Marcelo Marinho, especialista em reprodução humana e também diretor do estabelecimento.

Normalmente, os serviços de reprodução humana obtém oócitos, popularmente conhecidos como óvulos, através de doações espontâneas de pacientes que participam dos programas de fertilização in vitro.

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estipulou as normas que orientam a organização dos programas de doação de óvulos, que preconiza que o ato não pode ter caráter financeiro, assim como a doação de sangue, órgãos e tecidos, e deve preservar o anonimato da doadora. 

Ou seja, no Brasil, a doação nunca terá caráter comercial e os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. Obrigatoriamente, será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e pré-embriões, assim como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador. Além disso, a escolha do material é de responsabilidade da cada unidade, que dentro do possível, deverá garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora. Na situação de um casal infértil doador, este deverá assinar um consentimento informado autorizando a doação de óvulos.

"Habitualmente, encontramos poucas pessoas com interesse em doar óvulos. Na verdade, as pessoas têm pouca informação sobre a importância e a necessidade da doação. Com mais esclarecimentos sobre o assunto, a disposição da mulher em fazer a doação dos óvulos tenderia a aumentar, pois a doação não acarreta em nenhum prejuízo à saúde da doadora", esclarece Maria do Carmo Borges, presidente da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida (REDLARA) e diretora médica da Fertipraxis.

Marinha detalha que para ser doadora, a mulher precisa ter menos do que 35 anos, histórico negativo de doenças genéticas transmissíveis, teste negativo para doenças infecciosas transmissíveis e tipagem sanguínea compatível com a receptora. Mulheres férteis, que desejam submeter-se à ligadura tubária, poderão ser incentivadas a aceitar a estimulação ovariana e a doação dos óvulos.

Para Maria do Carmo, outras possibilidades podem indicar o uso de óvulos de doadora. Entre eles estão a ausência congênita ou retirada cirúrgica dos ovários; doenças genéticas transmissíveis da mulher; falhas repetidas de tratamentos de fertilização in vitro, que aconteceram devido à má resposta ovariana ou que produziram embriões de má qualidade, e a menopausa precoce.

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